segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O amor é um exagero...

Foi no dia em que assim sorri
O dia em que eu aprendi
Que o amor existe de verdade,
Que não é uma qualquer loucura,
Mas que é a minha feliz realidade.
E se for loucura...
Então eu enlouqueci...!
Respiro a essência da ternura,
Sinto eternamente momentos,
Sem os prender com pensamentos,
Toco as estrelas com o olhar,
Invento um perfeito luar...
E vivo com este encanto de magia
Em pleno cada novo dia.
Sim, o amor é um exagero...
O único que eu quero.






Ni

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Versos com amor

Não fiquem as palavras fechadas
Dentro deste pequeno poema...
Soltem-se no coração,
Ganhem as asas do sentir...,
Talvez consigam fazer o coração sorrir...
Sei que não são palavras de escritor,
De poeta de escrita admirada...,
Mas são as do meu coração...
As que ele escreve com amor.
Eu sei que não é assim um poema de amor...
Mas, por favor...
Que seja apenas poema...,
E talvez os versos consigam
Sussurrar no coração
Que são versos com amor.






Ni

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal

Eis que surge a Vida,
Por milagre nascida...
Nasce o Menino Jesus,
Rosto de Amor e Luz.

Sinta-se a estrela a brilhar,
Ilumine-se o céu com cada olhar...
Celebre-se de coração simples e consciente
O momento eterno e especial...
Faça-se do Menino o Presente
Viva-se de verdade o Natal.








Desejo um Santo e Feliz Natal.


Ni

Tão (im)perfeito...

Que saudades de escrever
Um poema que faça sorrir...
Por conseguir descrever o sentir
De forma perfeita, a condizer...
Com a perfeição de viver e sonhar
Este sonho de amar.

Tenho saudades de escrever
Com a simples beleza da poesia
Que nunca as palavras hão-de chegar
Para eu conseguir dizer
Que não há maior alegria
Que a que sinto por amar.

Ofereço, ainda que tão imperfeito,
Com toda a minha falta de jeito...,
Este poema que sonhei perfeito...
Mas que de perfeito só tem o amor com que foi feito.






Ni

domingo, 16 de dezembro de 2012

Manifesto contra o tempo em contra-tempo

Seja este um manifesto contra o tempo...
Aquele tempo sempre em contra-tempo...
Aquele tempo com a mania de correr
(Des)Acertado num cronómetro a alta velocidade
Quando ainda se respira o cheiro da felicidade
Daquele momento ainda não acabado de viver...,
Daquele sorriso ainda a persistir
No coração que ainda só consegue sentir
Aquilo que não foi tempo...
Mas eterno momento.

Seja este um manifesto contra o tempo...
Aquele tempo sempre em contra-tempo...
Aquele tempo com a teimosia de parar,
Com a persistente mania de desafiar
Os conhecidos ilimitados limites da saudade,
A pôr à prova a razão e a (in)sanidade...,
E, com estranha pressa, desabitar a alma
Daquela feliz e anestesiada calma
Enquanto o sentir passa a ser lembrança
E o voltar a sentir... a inabalável esperança...






Ni

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Personificação do amor

Aquele colo...
Colo de puro aconchego,
Lugar de encanto e sonho,
Recanto onde me perco e encontro
Num abraço perfeito...,
Entrelaço de corpo e alma
Num silêncio partilhado
De dois corações num só sentir.

Aquele olhar...
Olhar de pura beleza,
Paisagem de céu e de mar,
Passaporte de uma história,
De um segredo por contar...
Brilho que me prende e solta
Na viagem da cumplicidade
Ilimitada entre olhares.

Aquele sorriso...
Sorriso de pura magia...
Curva reflectida da perfeição...
Sonho do mundo encantado
De desenho impossível... nem decalcado!
Fonte de mil sorrisos,
Sustento de dias sem fim...

...
Razão deste sentir irracional...
Personificação perfeita do amor.







(Não há imagem... De desenho impossível... nem decalcado!)



Ni

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Como eu gostava de saber escrever...

Como eu gostava de saber escrever...
Brincar a sério com as palavras...
Ensiná-las a sentir...,
A dançar com o pensamento,
Com a cumplicidade do sentimento...,
Com o encanto do canto da voz que sente
E solta o preso suspiro que pressente
Que no olhar será sorriso,
Rosto iluminado do desejo
De tão somente dizer
Que gostava de saber escrever
Tão perfeito quanto o amor.




Ni

domingo, 2 de dezembro de 2012

Feliz certeza

A intranquilidade da incerteza
Consome os dias que passam,
Desaconchega o coração...,
Abre asas à tristeza.

Voa para longe a tristeza
Quando a voz doce e segura,
Intensa pela ternura...,
Fala da forte e feliz certeza
Que maior é o Amor.





Ni

sábado, 24 de novembro de 2012

Agora sorri...

Entrou à velocidade que a mãe o puxava. Não lhe vi os olhos... só o cabelo que o cabisbaixo não conseguiu esconder mais.
- Dra., venho pedir-lhe um favor! Tem de tirar uma coisa da cabeça do meu filho.
Ora, se eu já não conhecesse a mãe e parte da história teria ficado logo assustada. Mas ainda assim perguntei o que tinha a cabeça daquele menino, que ainda só imaginava de olhos lindos, mas tristes.
- Diga-lhe que o que ele quer não é nada, e que só lhe faz mal.
Esforcei-me para não me rir, mas sorri.
Mesmo a saber, perguntei ao pequenino o que é que quer. O tom indignado da mãe soltou-se antes do filho ter tempo de responder:
- Veja lá, Dra., que ele meteu na cabeça que quer ser padre!
Neste momento o chão, que podia ver os olhos do menino, estava mais escorregadio com as lágrimas que caíam.
Fui "má" para a mãe e destruí a imagem esperançada de "salvadora" que ela tinha do médico.
- Ah?! A sério?! Que bonito! Que notícia boa!
O rosto da mãe mudou de susto e eu finalmente vi os olhos daquele menino, com um brilho enorme a secar as lágrimas... e uma manga a limpar o nariz.
- Queres mesmo ser padre?
- Sim, mas ela não me deixa... Já não posso ir à missa, nem à catequese...
- Oh Dra., (disse ainda a mãe, na expectativa de mudar a minha opinião), o que é que ele vai fazer? Pior só se fosse ladrão...
Aqui assustei-me eu. E, confesso, já me foi difícil manter um tom simpático.
- Olhe, se ele for feliz, as únicas coisas que conseguirá das pessoas é sorrisos, uma calma interior, um motivo de esperança e de Fé nas situações difíceis, quando mais nada parece existir...
Ainda insisti...
- Que felicidade é a sua a vê-lo triste? Há quanto tempo não via este sorriso?
Fez-se um silêncio... apenas quebrado por um baixinho "Obrigado" num abraço do tamanho de um novo mundo naqueles braços ainda pequeninos, mas com tanto para acolher.
Agora vai à catequese e à missa e até é acólito... Anda pela rua e sorri.





Ni

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tempo mal contado

Passa o tempo devagar
Quase que sem passar...
A dizer que é só um dia
De horas certas contadas...
Mas certa é a correria
Das horas mal passadas
Pelos segundos que teimam e param
E que sentem mas não pensam
Que este tempo mal contado
É o Amor num segredo guardado.






Ni

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Há dias de muitos dias...

Há dias de muitos dias,
Histórias encantadas e magias...,
Sonhos que não ousei sonhar...
E que hoje vivo sem pensar.

Vivo dias inteiros perfeitos...
Que de sonhos reais são feitos...,
Com sol e luar decorados
Para assistirem a olhares entrelaçados.

Mais que horas, são instantes
Os momentos importantes...
Que se eternizam com a ternura
Do sentimento que não é loucura...
Apenas puro e doce ardor
Daquilo que é Amor.

Há dias perfeitos de diferentes...
Dias que são Presentes...





Ni

domingo, 11 de novembro de 2012

Fugiu a imaginação...

Fugiu a imaginação...
Ficou aflito o coração
Com o sentimento a transbordar
Sem saber como contar,
Com as palavras a fugir,
Tudo o que me faz sentir:
Este imenso Amor...
Cada dia maior!

Fugiu a imaginação...,
As palavras e a razão...
Ficaram os versos perdidos,
Pequenos, inteiros, sentidos...
Neste poema de poeta amador
Indigno de escritor...
Que escreve, sem jeito e sem mentir,
A bela plenitude de sentir
Este imenso Amor...
Cada dia maior!






Ni

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

... Quero poder voltar...

Amor... quero poder voltar...
Não quero voltar atrás,
Quero correr para encontrar
O tempo que de volta te traz.

Faz-se o caminho no coração,
Como quem marca o trilho no chão,
Da viagem que se faz sem parar,
Com o obrigatório desespero de esperar
Pelo tempo que passa... devagar...
Quando a tua ausência, amor...
É a presença desta fininha dor...

Amor... quero poder voltar...
Sentir e abraçar...,
Sorrir por poder ficar
No aconchego de um suspiro suspenso,
Enquanto só sinto e não penso...
Que o tempo vai passar...
E eu vou querer poder voltar...
Amor...





Ni

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Escrevo...

Escrevo cada pensamento
Para que não passe como o vento...
Mas ainda assim voa o momento...
Fica só o sentimento.

E quando julgo escrever
Apenas com o pensar
Dou sempre por mim a perceber
Que não há melhor forma de errar.

Não sei escrever a pensar,
Só escrevo porque sinto...
E juro que não minto
Que escrevo só por amar!





Ni

sábado, 27 de outubro de 2012

Obrigada... pelo que és em mim!

Senhor, meu doce Deus, sei que sempre assim foi, mas andas a desarrumar o meu coração com a intranquilidade que o Teu Amor me causa.
Reconheço a minha forma estranha de Te rezar... Às vezes, quase não dou conta... E quando achava que as inquietações vinham do pensamento, são afinal desabafos e perguntas, tantas vezes num tom zangado e desesperado, que sussurram e gritam do coração e da alma.
Quantas vezes Te assalto com perguntas feitas críticas, com incompreensões e fragilidades e faço disto um monólogo meu à espera de respostas Tuas... E, quando por fim as perguntas se repetem insistentemente, eu paro..., respiro fundo, numa tentativa forçada de oxigenar profundamente o sentir..., e agradeço-Te o que és em mim. E Tu, que me deixaste resmungar na minha pequenez, aconchegas o meu coração com um sorriso e adormeces-me sem pedir, sem forçar... nem mais um "Obrigada..."
Admiro a Tua paciência e a Tua bondade..., a Tua doçura, o Teu Amor... inquietantes e inexcedíveis.
Obrigada pelo que és em mim...!






Ni

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sopro do sentimento

Corro contra o vento
A tentar que me roube do pensamento
A dor da distância e da saudade
E que arrepie a felicidade...
Para que à flor da pele fique um sorriso
E no profundo do peito o desejo preciso
De que ao chegar aí
Tenha perdido a força da distância
E seja doce brisa, pura essência...,
Que não assobie nem sopre
Mas com (en)canto sussurre:
Não sou brisa, não sou vento
Sou o sopro do sentimento
Que a minha vida respira...
E a minha alma inspira
O meu coração com aconchegante ardor...
Sou Amor...






Ni

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Indescritível beleza

É indescritível a beleza,
Que para além da distância
E da (in)existente ausência,
É, de certeza,
O que me faz sorrir
E sentir... (sim, sentir!)
Só de imaginar
E, por loucura, jurar
Que sorrio por ver
Na alma dos meus dias a aparecer
E a ficar...
Para todo o tempo poder amar.




Ni

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Caderno preto

Chega ao fim mais um caderno,
De um preto quase terno
Pelas cores que esconde dentro...
Das palavras ao (des)encontro
Do sentimento pensado,
Do pensamento negado
À poesia que se escreve
Com a (im)perfeição com que descreve
Apenas tanto quanto o amor.




Ni

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Olá Avó...

Olá Avó...

Disse tantas vezes que nos (aos netos) via sem nos ver..., que hoje escrevo a saber que mesmo sem poder ler vai sentir as palavras.

Partiu na calma da Vida que construiu... As mãos que trabalharam a vida foram por fim amaciando... As rugas de 96 anos eram o rosto das dificuldades ultrapassadas com a força e determinação. Desde tão cedo sozinha a erguer uma família, rezava mais forte a cada terra cultivada.
É inesquecível o seu sorriso ao ver-nos chegar, sempre rasgado a deixar escapar o brilho que não cabia nos olhos. O seu abraço que apertava tanto que não deixava respirar... só suspirar.

E hoje partiu... com a forte fragilidade de uma Vida inteira.



... Não tenho mais palavras... Mas as suas também nunca eram muitas e chegavam sempre.



Ni

sábado, 6 de outubro de 2012

Tamanho do que sinto...

O tamanho do que sinto
É pequeno para o coração...
Transborda e inunda o mundo...
É bem maior que a razão...
Entranha-se de tão profundo...
Ilimitado como a eternidade,
Tão grande quanto a Felicidade...
É Amor o que sinto.





Ni

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fazer da chuva arco-íris...

O tempo sente a ausência
Como falta da essência
Do que o faz sorrir
Pela doçura do sentir.

E assim o tempo entristece
E o sol desaparece...
E as nuvens choram
As lágrimas do meu coração.

Mas vive no meu pensamento
A totalidade do sentimento...
Que da ausência faz saudade
E da chuva oportunidade
Do arco-íris pintar
Num céu azul de (a)mar.





Ni

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Linhas inteiras partidas

Hoje as linhas não chegam ao fim...
Quebra-as a meio o pensamento
Tentado enganar o sentimento
Que as escreve mesmo assim:
Aparentemente partidas, divididas,
Mas tão inteiras quanto sentidas.

Linhas inteiras partidas...
Entrelinhas escondidas...
Escrevem amor meio a medo
Com o tom apaixonante do segredo
Do silêncio partilhado a sorrir
Pelo amor a existir.






Ni

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Que as palavras não se esgotem...

Que as palavras não se esgotem
Enquanto as procuro
E, às vezes, re-invento...

Que os meus versos não acabem
Enquanto eu insisto e tento
Escrever luz mesmo no escuro...

Enquanto o mundo girar,
Eu hei-de continuar
A escrever e (ar)riscar
Uma espécie de poesia
Que diga a cada dia
A felicidade de amar.





Ni

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

No riso das estrelas

Ouvi em silêncio
No riso das estrelas
Que brincam escondidas
No lado do dia,
Que hoje, ao deitar,
Num sonho quase (im)perfeito,
Eu vou saber dizer baixinho,
A (en)cantar...,
O amor que me faz sonhar assim.





Ni

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Talvez amanhã...


Amanhã...
Amanhã as palavras devem voltar.
Amanhã...
Amanhã talvez baste respirar.

Inspirar e expirar...
Tentar oxigenar o ar
Com todo o sentimento dentro
Sabendo da razão o desencontro
Entre o pensar e o sentir,
Entre o escrever e descrever
O que me faz chorar e sorrir
E que sinto sem dizer
Que é amor.

Amanhã...
Talvez amanhã.





Ni

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"avó Maria"

Conheci o Diogo.
Foi ao hospital com a mãe e o irmão que estava doente. A "confusão" instalou-se à volta do irmão e a mãe "esqueceu-se" por momentos do Diogo.
Vi-o a chorar no chão, num ambiente, que por mais bonecos e cores que tenha, é-lhes sempre frio e feio.
Fui ter com ele... Na tristeza do olhar via-se a preocupação e protecção de um irmão... Tentava ser forte, à altura dos seus 6 anos, limpava as lágrimas que teimavam em cair.
Não foram precisas muitas palavras para o Diogo me dizer, cheio de certeza:
- "Eu sei porque é que o meu irmão está doente! (...) A minha avó morreu... E era ela que rezava sempre para nós não ficarmos doentes."
Sei que se fez um silêncio enquanto caiu mais uma lágrima que me apressei a parar.
Disse-lhe que a avó continuava a rezar por eles e que o irmão ia ficar bom.
- "A minha avó rezava sempre na igreja e que agora não pode ir lá... A minha mãe diz que ele está no céu, mas nunca a vi."
Enquanto vesti o meu casaco ao Diogo e o trouxe para a rua, expliquei que podíamos rezar em qualquer lado. A olharmos para o céu perguntei-lhe o que via. Ele só via estrelas. Escolhemos a mais bonita. Chamámos-lhe "avó Maria". Rezámos um bocadinho, as lágrimas deixaram de cair... e aos pouquinhos o irmão ia ficando melhor.





Ni

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Silêncio dos segredos

Ontem as palavras adormeceram primeiro que eu... E sonhavam em voz alta num quartinho dos segredos. Quando acendia a luz para as tentar escrever, disfarçavam que dormiam em silêncio.
Hoje, ainda só disseram "Bom Dia..."



Ni

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não sei escrever... Amor!

Não sei escrever...
Amor!
As mãos começam a tremer,
A razão a insandecer...
E uma espécie de dor
Desaparece sem aparecer.
O coração acelera sem parar,
O olhar desfoca-se nas pupilas a dilatar...
Torna-se nítida a certeza
Do sentir a forte subtileza
Do amor que não sei escrever.

Não sei escrever...
Amor!





Ni

domingo, 19 de agosto de 2012

Sem nome e sem nada...


Nasceu com tanto para sobreviver... e sem mais nada!
Não tinha nem tempo para nascer...
Não sabe nem chorar.
A mãe não o viu. O pai não sabe que existe.
O tecto é uma espécie de plástico, que o aquece e acolhe e vai ajudando a crescer.
Tem muitos colos que ainda dói sentir... e que nenhum é o dele.
Nasceu sem nome e sem nada...


...


Há histórias assim... que eu não sei nem contar.


Ni

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Silêncio das palavras

Perco-me mais que as palavras quando as procuro e não as encontro...
E sinto um frio, estranho, que arrepia a alma com o silêncio das palavras lá se escondem.





Ni

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Há dias...

Há dias de pura poesia...
Em que a realidade é magia
Sonhada a medo
Numa noite em segredo...

Dias ao ritmo do bater do coração...
Que param e voam...
Enquanto o sonho vive e existe
E para lá da razão persiste.

Há dias com a perfeição de um desenho...
Permanentemente inacabado e sem tamanho...
Desenho-poema da alma do escritor
Em que cada palavra respira amor...






Ni

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Beleza do verbo amar


Pés assentes na areia,
Olhos no limite do mar,
Alma que vagueia
Na beleza do verbo amar.

O sol a beijar o sonho
Que a brisa faz planar
Entre os limites do pensamento
E asas indomáveis do sentimento.

Pés assentes no sonho
Com asas a fazer voar
Para além do limite do mar...
Toda a beleza do verbo amar.





Ni

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vazio pleno

Já passou uma semana e continuo a pensar.
Achei que o sítio pouco importaria para o encontro. Afinal, todos os dias nos encontramos e isso nunca foi problema. Encontras-me sempre, mesmo quando (in)conscientemente me tento esconder. Isto foi-me ensinando, pelo sentir, que, de facto, vives em mim.
Assim, de que poderia interessar o lugar?! Era este o meu pensamento, frio e (ir)racional.
Eis que o barulho das pessoas era absorvido pelo silêncio envolvente...
Eis que a calma transbordava em cada partícula inspirada...
Eis que tudo me fez parar...
Fixaste os olhos mesmo quando deixei de conseguir olhar, esvaziaste-me de palavras, um vazio pleno encheu o coração deixando todo o espaço para nós..., a imensidão de (não) saber sentir e rezar assustou-me e chorei... Sem querer, chorei...
Saí, sem ainda hoje ter vindo embora.
Sinto-me demasiado pequena para o tamanho do Teu Amor.





Ni

sexta-feira, 27 de julho de 2012

(im)perfeição

Este poema escreve-se na alma,
Ditado pelo coração,
Com carinho e calma,
Para explicar à razão
Que o que escrevo com amor
Não pode ser senão perfeito,
Porque de tudo quanto é feito
É tão somente a (im)perfeição do amor.

...







(Há poemas que se escrevem assim... sem pedir... e (im)perfeitos demais para serem lidos.)


Ni

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lá... na (in)existente realidade dos sonhos...

Lá, onde chegou descanso e o sonho, o mar (des)penteava a areia com o carinho de quem volta sempre daquele (in)alcançável horizonte. O olhar brilhava mais que o sol... e o coração aquecia assim..., com a alma a sorrir e a reflectir até as estrelas que as nuvens teimavam em esconder.
Lá, onde (não) viveu este sonho...






Há sonhos que se eternizam pela realidade em que (não) existem.



Ni

domingo, 22 de julho de 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

"se Deus quiser..."



Naquele quarto da enfermaria, enquanto eu falava com o Sr. "Manuel", alguém com tom natural disse: Se Deus quiser...
O Sr. "Manuel" é um homem inteligente, difícil..., como a sua vida, de sorrisos escassos e presos, de palavras pensadas para serem poucas. Ao ouvir esta frase, abanou, com balanço depreciativo, a cabeça e...:
- A Dra. desculpe a pergunta, mas... Acredita que Deus existe e acredita mesmo nisso?
- (respondi sem hesitar) Sim, acredito em Deus!
- Como?! Onde é que ele está no meio disto?
- (reconheço que o lugar não é o mais agradável, ainda mais do "lado doente", mas mantenho o sorriso e respondo) Deus está no meu coração, no seu, em todos... Está onde O quiser encontrar.
- Em mim?! Em mim não!
- Mas já tentou ouvir-Lo (deixei que não interpretasse também como "ouvi-lo")
- Eu não. Não ouço nada.
- (tirei o estetoscópio do pescoço, segurei-o no "nada" e pus o Sr. "Manuel" a ouvir) O que ouve?!
- Nada!
- (pus então o estetoscópio de maneira a que auscultasse o seu coração) E agora?
- Ouço o meu coração...
- Deus é assim, Sr. "Manuel"... Não se impõem. Está em nós... basta arriscar procurá-Lo.
(Fez um silêncio diferente. Quando acabei e ia sair... Eis que hoje foi o Sr. "Manuel" a despedir-se...)
- Até já, se Deus quiser...
(sorrimos)





Ni

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pedras...

Hoje fiz o caminho de tantos dias... Sempre igual. A mesma estrada, algum dos mesmos carros, o mesmo passeio... Sempre as mesmas pedras do passeio. Ia jurar que já as tinha olhado todas.
Hoje de olhos postos no chão, o pensamento voava... Voava tão longe quanto sonha e vive o sentimento.
E, de repente, numa pedra daquele mesmo passeio, vejo o pensamento que voa, o sentimento que vive à altura dos sonhos.




Ni

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Prosa dançada

Não sei o que é poesia
Se não uma prosa dançada
Na cadência imaginada
Do ritmo declamado da alegria.

Não sei o que é um poema
Se não o solucionar do problema
De escrever o que se sente,
Repartindo, igualmente,
Entre linhas, os sorrisos...
E os suspiros entre versos.

Não sei adivinhar o fim das frases...
Não sei escrever por fases...
Só sei dar asas aos sonhos,
Deixa-los dançar com alegria...,
Serem textos, serem sonhos
De prosa ou poesia...





Ni

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprender a voltar

É preciso aprender a voltar... É como quem já soube voar mas entretanto se esqueceu que tinha asas... Voltar não é só dizer "Olá... de novo". É voltar a deixar que as palavras se soltem à medida que a alma se despe e se dá, com ou sem medo. É voltar a deixar que o coração escreva e partilhe instantes de pensamentos sentidos..., de sentimentos pensados... ou até só de sentimentos impelidos a não pensar.
Voltar é arriscar um passo que um dia me fez parar.
Sinto as pernas a tremer, sincronizadas com o receio que arrepia a alma.
As mãos escrevem tão depressa quanto bate o coração neste tranquilo nervoso miudinho... E, como tantas vezes não entendem o que diz, tudo o que escrevem não passam de eternos rascunhos sempre imperfeitos e inacabados.





terça-feira, 10 de julho de 2012

Olá... de novo.

Olá...

Há tanto tempo...!!

Sim, passou muito tempo desde aquilo que julguei ser a última vez, o último post..., o último suspiro escrito e partilhado aqui.
Não sei bem porque volto, como volto e para que volto. Volto?! Nem sei...
As cores continuam a confundir-se em meios tons..., tal como a vida. Os dias continuam a passar entre sorrisos e lágrimas, entre histórias e pessoas, entre mim e Ele, entre (in)certezas entrelinhas, entre-olhares, entre laços, entre o tudo e o nada..., como quase sempre.
Eu continuo a crescer, entre sonhos.
Continuo a sonhar muito, a pensar muito, a sentir muito.
Continuo eu.

Ni...