quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Síndrome de abstinência

Diagnostico em mim síndrome de abstinência...
Depois de uma história clínica detalhada
Percebo que se deve "apenas" à ausência...
Pela reconhecida obrigatoriedade,
Pela vida forçada...
Mas que ainda assim faz doer...
Doer pela saudade,
Que rebelde faz sofrer.
E recuso-me a tirar as aspas do "apenas"
Porque nada têm de pequenas
As horas em que não sinto,
Em que é sonho o que pressinto...,
Porque a ausência existe,
E teimosa persiste...
Agudizando os sintomas de dor
Tornando tão sentido o Amor.





Ni

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Abaixo-assinado

Vou fazer um abaixo-assinado...
Pedir ao mundo para inventar
Palavras para melhor dizer
A beleza de amar...
Não exijo tamanho determinado...
Em cada uma só tem de (não) caber,
E de sentido transbordar,
Este sentir sempre maior
Deste tão forte e belo amor.

...
E se o abaixo-assinado não chegar
E o mundo não ceder...
A falta de palavras não há-de vencer...
Eu hei-de continuar a tentar
Descrever o meu coração a transbordar,
Com um sorriso... sempre!...
Com as palavras de sempre...
Dizer que este sentimento cada vez maior
É Amor...






Ni

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Não sei dizer quanto é o amor...

Não sei dizer quanto é o amor...
O meu amor está sempre a crescer...
É a cada segundo maior...
É por isso impossível de (d)escrever.
Só sei que é de mim o melhor...
Por maior que seja o mundo
Este amor não cabe...
É tão belo quanto profundo,
É eterno mesmo que o tempo acabe.
Talvez seja amor por ser assim:
Intenso e sem fim...
Quase todo meio louco,
Onde o muito que possa dar
É seguramente pouco...
Do tanto que quero por amar.
Não sei dizer quanto é o amor...





Ni

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dia da visita

Para mim foi hoje o "dia da visita". Não pude no dia proposto, mas decidi dar ao desafio a longevidade que merece... e deixei que aquele "hoje" fosse também ainda hoje.
Entrei, numa das enfermarias que tantas vezes percorri, mas, desta vez sem bata, sem estetoscópio... Senti-me logo aí desprotegida, sem a ciência a mascarar palavras e o sentir. Ainda assim arrisquei. Conhecia o significado de portas não entreabertas, mas sim, semi-fechadas..., que guardam o silêncio, a solidão e o sofrimento e, tantas vezes, o mau prognóstico.
Entrei, devagar. Perguntei se podia, sem saber quem estava e se haveria resposta. Uma voz que a dor destorcia, disse, tão depressa quanto arrastada: "Oh meu Deus... obrigada! Eu sabia que viria ver-me."
Arrepiei-me.
Aquela voz que não estava a conhecer fez-se ouvir cá dentro. Não era a primeira vez...
Em passos pequenos fui entrando... Aquele rosto, que já conheci envelhecido, doente, mas confiante da Vida, estava ainda mais marcado por cada uma destas coisas...
Nunca imaginei. As "contas" da ciência estavam erradas...
Mas estava ali..., num fio quase invisível de vida.
"Eu sabia que vinha ver-me..."
Disse-lhe que foi coincidência, que hoje tinha destinado um bocadinho do meu tempo para visitar alguém e que não sabia que ali estava...
E num longo e esforçado falar, cada vez mais baixo , mas com um arrepiante sorriso cada vez mais forte, disse-me: "Em Deus não há coincidências, há milagres e coisas bonitas a acontecer.
...
Eu sabia que viria ver-me. Obrigada.
Continue...
...
Se puder, fique mais um bocadinho..."
E fiquei... até a Vida (re)começar (?).








Às vezes, não percebo mesmo nada dos planos de Deus...


Ni

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mesmo sem jeito...

Os dias passam...
E eu sinto saudades de escrever...
Sei que as palavras não fugiram,
Porque as guardo no coração,
Mas, hoje, mesmo assim,
Com este jeito tão imperfeito,
Não consegui contê-las só em mim
E arrisco dizer,
Com receio do efeito:
Gosto tanto que não sei dizer...
Amo (mesmo sem jeito)!





Ni