sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

É Natal (?)

É Natal...
Lá fora... é natal.
Há luzes a brilhar,
Há música no vento a dançar...
As ruas disputam decorações...
As pessoas procuram prendas e promoções...
Há barulho, burburinho...
Há agitação em todo o caminho.

E cá dentro? É Natal?
Temos a alma leve e a brilhar
E no coração a certeza de amar?
Preparamos e decoramos o interior
Para em nós nascer o Amor?
Espalhamos em cada sorriso o carinho
Para que ninguém viva sozinho?

É Natal?

É Natal...
... Se nas luzes brilhar o amor
... Se as músicas forem hino de alegria
... Se as prendas forem sorrisos
... Se em todos nascer o Amor.






Ni

domingo, 13 de dezembro de 2015

Silêncio de palavras


Os muros, erguidos pelo silêncio,
Entre as dúvidas e as certezas,
Dão força ao frio...
Dão razão às tristezas.

As palavras que o silêncio congela
Ficam presas na triste razão...
Bem no fundo do apertado coração,
Sem serem poema, sem serem estrela...

As palavras por dizer
Têm dificuldade em ser
Palavras de amor...








Ni

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O amor tudo muda...


O amor tudo muda
Com a forma meia desnuda
De se apresentar à razão...
Fala-lhe ao coração,
Corta-lhe as bases de sustentação
E rouba o poder de argumentação.

O amor ganha todas as batalhas,
Colecciona todas as medalhas
De lutas que ele torna sem sentido...
Não porque todo o resto seja perdido
Mas porque ele nunca é vencido.

O amor luta sem razão.
O amor despe e enche o coração.
Entranha-se como se não houvesse fundo,
Da pele ao mais profundo,
A cada novo dia... a cada segundo...

O amor para mim...
Em mim...
É assim...







Ni

sábado, 15 de agosto de 2015

De que vale...?

De que vale escrever de amor
Se o amor não se escreve,
Mal se descreve,
Por ser sempre tão maior?

De que vale escrever sem ser de amor
Se só por amor se escreve,
Se só o amor descreve
Toda a perfeita (im)perfeição do amor?

De que vale escrever amor
Se não for o amor a escrever,
Se não houver amor para descrever
A plenitude do Amor?







Ni

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Só a saudade não anda no mar...

Foge o mar e leva a areia
Como triste alma que vagueia,
Perdida na esperança de encontrar
O sonho em qualquer lugar...

Volta o mar e traz a areia...
Lava os pés de quem anseia
Pegar na alma e fugir
Para onde só o coração possa sentir...

Só a saudade não anda no mar...
Respira-se em cada partícula do ar...
E conjuga-se em todos os tempos do verbo amar.






Ni

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pequena pequenez... (?)



É a razão que me faz pensar
E arranjar mil formas de retroceder e avançar
Que me inunda em dúvidas que remoem no peito...
E que me abandona nas incertezas que destroem o já (des)feito...

Mas a irracionalidade do Amor,
É em tudo maior...
Descontrola os limites da razão
E arranja desculpas só do coração...

E no ténue limite de (ir)racionalidade 
O meu coração se pergunta "quem és?"...
Na dúvida entre o Amor, a razão, a loucura e a verdade
É preciso distinguir o ser pequena e frágil da pequenez...





terça-feira, 26 de maio de 2015

Encantada realidade...

O amor é a prisão da liberdade...
Prende-nos a sonhos irreais,
Dá-nos asas para voos desiguais...
E torna tudo isto verdade!

O amor é a excepção da razão...
Calcula o valor do limite do sentimento,
Resolve problemas infindáveis do pensamento...
E tudo isto só com o coração.

O amor é a razão da liberdade...
Justifica o pensar e o sentir,
Reiniventa-se na essência de existir...
E tudo isto numa encantada realidade.





Ni

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Poema tão (pouco) meu...


Procuro-me nas palavras escritas,
Talvez nunca ditas...
Tento ler-me nas linhas
(E entrelinhas...)
Que sonho ler
Por nunca as ter...
Procuro segredos de mim,
Porque mesmo antes do fim,
Eu (não) sei que vai existir
A razão de assim sentir:
Eu, inteira, em cada pedaço
Seguro só pelo entrelaço
Dos versos
Com os reversos
De um poema tão (pouco) meu...







Ni