segunda-feira, 24 de novembro de 2008

feliz... como Jesus

O dia estava feio… excepto os passeios cheios de folhas que o vento arrancou das árvores. A preguiça e o frio fizeram preferir o autocarro em vez de caminhar e gelar o nariz, orelhas e a mão que segura na pasta. Aos olhos também não apetecia esforçar-se contra o vento.
No autocarro ouvia-se o sussurrar mais ou menos baixo e o lamentar de vidas… a “disputa” pela importância das doenças e a apreciação (a)normal ao estado do país.
E um rasgo de felicidade faz valer a pena a preguiça. Uma menina pequenina envergonha a mãe quando, longe de todo este lado chato que a vida dos grandes teima em ganhar, começa a cantar despreocupada com o volume, afinação e com os outros:

“Um dia uma criança me chamouuuu
Olhô-me nos meus olhos a sorriiir
Caneta e papel na sua mão
Tarefa escolar p’ra cumpriiir
E preguntou no meio d’um sorrrriso
O qu’é preciso para ser feliz?



Amar como Jesus amou…
Sonhar como Jesus sonhou…
Pensar como Jesus pensou…
Viver como Jesus viveu…
Sentir o que Jesus sentia…
Sorrir como Jesus sorria…
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que dormiria muito mais feliz…"


Não resisti... meti-me com ela, sorrir-lhe e disse-lhe que era muito bonita... Não me ligou nenhuma e continou a cantar feliz.

domingo, 23 de novembro de 2008

acordada inquieta


Tinha as mãos frias e na folha as palavras riscavam-se. As lágrimas empurravam-se e seguravam-se numa luta que fazia doer os olhos. O frio do dia que manteve a alma acordada inquieta, num momento foi mais forte e todo o esforço do dia viu que era muito.
Apagou-se a luz. Acabaram-se as poucas palavras. Era tudo silêncio frio. Chorei.




quarta-feira, 19 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Nítido

O mundo desfoca-se no meu olhar… às vezes, parece até mais nítido… mais delineado no que tento não ver.
E na próxima lágrima, tudo igual… mais claro.




sexta-feira, 14 de novembro de 2008

era só de dentro...

Têm sido dias longos… às vezes cheios do que não percebo.
Estava sentada. Achava que até atenta. Gosto daquilo e até ia fazendo perguntas. Curiosidades que o professor sorria ao ouvir-me perguntar.
Algum frio… mas só de dentro. Achava que ali estava bem e que o resto só Deus sabia. Até que, inesperadamente se levanta sem ser para escrever ou explicar, para inexperientes, gesticulando. Levanta-se, sem interromper o rol de coisas importantes e coloca a mão no meu ombro, aperta leve e repetidamente os dedos como fazemos aos amigos e sorri, não como quem ensina e aprecia a curiosidade, mas como fazemos aos amigos nos dias em que os sorrisos deles são mais difíceis.
Sorri, fechei os olhos acho que a agradecer e não fui mais capaz de perguntar a curiosidade.
Talvez os olhos mostrassem o frio que era só de dentro…



quarta-feira, 5 de novembro de 2008

história da vida

A vida é uma história que às vezes se pára de ler na página errada. E, talvez sejam muitas as maneiras de ler: “Sentir rouba a capacidade de esconder.”