Olha Deus não sei porque vou escrever-Te (já é muito de noite, mas a almofada está molhada destes olhos e o sono não chega). Não vou saber explicar-me, mas sei que vais entender.
Porque escolhes assim? Estes dias estranhos? Verdadeiros dias de verão com um frio estranho…? Não, não respondas… Eu quero descobrir.
Mas diz-me… Porque me fizeste assim, se me amas? Sei que amas e muito. É por isso que falo tanto contigo. Eu sei que também resmungo e grito… mas não é por mal. Acho que é pela confiança que me deste.
Mas não me percas neste raciocínio irracional de amar-Te e questionar-Te. Porque me fizeste assim?
Entregas-me a lógica, a ciência, o raciocínio e a razão… dás-me uma missão linda, um sonho mesmo, e misturas nisto tudo a entrega, a descoberta dos outros e os sentimentos. Estás todos os dias comigo, num treino contínuo que é a vida… e depois, nas coisas mais simples, vês-me errar sem dares um passo, um grito, um alerta. Sinto mesmo que me deixas errar. Às vezes, desculpa, mas parece de propósito.
E, sabes o que dói mais? O que me faz não perceber as Tuas escolhas? É que não sou só eu que sofro com estes passos em falso… com estes gestos, de carinho mas, errados… são também filhos Teus, que eu amo, mas que Tu, pelo amor sem as fronteiras do Homem, amas mais.
Olha, meu Deus, cuida deles, como Te peço, mesmo quando erro. Dá-lhes o sorriso que me prometes. Dá-lhes a Tua mão sempre e, se puderes, diz-lhes ao ouvido que estou aqui… e que gosto muito deles.
Obrigada.