segunda-feira, 9 de novembro de 2009

FIM

Às vezes, é preciso nada para rebentar… para um mar cheio de coisas escolher o coração como zona de rebentação… e… inundar a alma. Depois já nem sei o que sou eu… Se eu, se aquele mar… Aquele mar que se guardou e que crescendo se foi tentando conter. Mais um nada e parece o fim.
Deixo de conseguir ir empacotando dias e de, com pressa, fechar a caixa etiquetada de “meu baú” no preciso instante em que adormeço.
Deixo de conseguir fingir que os dias cabem em caixas e que adormeço num instante.
Caem todos os disfarces. Sorrir deixa de ser fácil. A força é afinal tão mais pequena. Acreditar não é sonhar e sonhar não é só fechar os olhos e imaginar. Os sonhos afinal também doem. E eu sou eu sempre e não consigo inventar-me só porque mudam lugares, afazeres e pessoas à volta. O tempo acumula-se, não torna nada mais fácil, nem mais pequeno, nem somente arruma o que sinto num canto. Perguntar, duvidar, procurar-Te faz parte e não tem de ser feio. Chorar também.
Às vezes, é do nada que surge a beleza da palavra mais escondida… a tristeza de um vazio e o porquê de um FIM.

Deixo este vídeo.
Diz muito mais do que eu sou capaz.



Continuarei por aí convosco.
Obrigada!
Ni

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

forte fragilidade


Há dias em que a fragilidade é tão evidente que parece ser o mais certo e forte que tenho.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

E eu agora vou ter com quem?

- O meu irmão?

- …

- Foi para perto de Deus, como o avô?

- Foi…

- E eu já posso ir ter com os meus pais?

- … os teus pais também foram ter com Deus, perto do avô…

(o meu colo, tempo dele, as mãos a limpar as lágrimas naquele rosto pequenino… e as palavras que não saíram do frio da alma…)

- E eu agora vou ter com quem?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Há dias vazios

Há dias vazios… dias que passam sem nada, nem ninguém… que passam só porque os ponteiros rodam no relógio.
Acordei triste. Tal como o dia também lá fora. Mudei um pouco a hora do despertador. Queria voltar a adormecer. Voltar a acordar… com um Bom Dia.
Depois já era tarde.
Hoje o dia passou. Só isso.
Hoje, nem a senhora que às oito menos um quarto volta para casa já com o saco de pão na mão e que diz “Bom dia, menina”.
Hoje o dia não me tocou. No meio de tanta gente, nem só um beijinho rápido, solto quase por nada… , nem um só (a)braço…, nem só uma mão que sem querer me tocasse.
Há dias vazios.


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nada.

Tudo apagado. Silêncio. Nada. Ninguém.
O silêncio quase cala a falta de palavras.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

triste

Já tentei tudo. A letra desenhada com o empenho da primária, as sugestões do computador, a letra calma da primeira página dos cadernos... mas Triste nunca fica bonito.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Céu azul laranja


Havia já muito tempo que não fazia este caminho. Era fim de tarde. Céu azul laranja. Cheiro a Coimbra. O papagaio naquela rua e na outra, no 17A, a música de quem toca trompete. Mas hoje os pés caíam no chão com o peso do cansaço... Nunca nada volta a ser igual.




terça-feira, 15 de setembro de 2009

mascara(dos)

Bastaram estes dias de regresso para me lembrar como é este mundo…
Vi muita gente de máscara, mas vi muito mais mascarados.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

vai começar um novo ano...

Vai começar um novo ano. Não é fácil. Todos dizem. Mas, cá para nós, deve ser giro. Estou com particular expectativa com Pediatria. Sei que há outras cadeiras que me vão surpreender. É sempre assim. Às vezes, é bom.
Ah… e até já fazem apostas “comigo”. “Entre HUC e pediátrico dou-te 15 dias para teres gripe…”
Adivinho um ano grande. É mau o melhor dos horários… Também já sei que vou chorar e sorrir muitas vezes, que vou stressar, que vou viver e reviver mil situações, pessoas… que vou aprender, escolher, sofrer, crescer.
5º ano. Passa depressa este tempo. Lembro-me das minhas primeiras praxes, das letras das músicas que gritava pelas ruas de Coimbra, de vender folhas de papel higiénico (duplas, atenção!) nas monumentais… e “agora” é o meu ano de ir no carro da Queima…
Este tempo passa depressa.
Faço o saco. Roupa, bata, coisas, cadernos, dúvidas…, medos…
Vai começar um novo ano… grande.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

adormecer e ser verdade

Queria parar na rocha mais alta, tocar o sol e chamar a lua, contar as estrelas com a ponta dos dedos e sentir o sabor (a)mar.
... Tomara adormecer e ser verdade.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Férias contigo

Jesus, desde pequenina que me lembro de um amigo dizer: “nós vamos de férias, mas Ele vai connosco.” Nunca me esqueci. Este ano, ao fazer a mala, pensei que teria de guardar um cantinho para arrumares as Tuas coisas. Mas a vaidade e outras coisas sem sentido foram ocupando todos os cantinhos.
Já longe, acho que num momento mais triste, pensei em Ti. Queria conversar contigo. Na verdade queria que me explicasses algumas dúvidas. Não Te encontrei. Lembrei-me que sem espaço na mala talvez não tivesses ido. Mas, mesmo assim, decidi continuar a procurar-Te. Olhava para a espuma das ondas a rebentar, na areia desviava o olhar entre as pessoas à Tua procura, sentava-me na varanda à espera de Te ouvir chegar… e nada, parecia-me.
Voltei um pouco triste. A desfazer a mala ía-Te pedindo desculpa pelo egoísmo, ía-Te contando como Te procurei, como quis partilhar tantos momentos contigo. Senti que me fechaste os olhos, sentaste-me no Teu colo, tal como, quando era pequenina aquele amigo dizia que tu fazias, e percebi que me amas tanto que nunca sais do meu coração, que não precisas de mais mala nenhuma, porque o Amor não ocupa espaço, que nos momentos tristes não perdes tempo a responder a perguntas, só a secar as lágrimas, que estavas no mar inteiro, desde a tranquilidade da linha do horizonte até à agitada brincadeira em que me chamavas, tocavas e fazias desenhos com a espuma à volta do meu lugar sentada, que estavas no sorriso de todos, nas crianças a construir castelos de sonhos…, e chegavas a todos os instantes do céu onde eras sol, estrelas, lua.
Obrigada por estas férias contigo.
Obrigada por Ti.


sem inspiração

Sentei-me à espera da inspiração... mas só sinto tocar-me a saudade.


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

com(o) as ondas


Fechei os olhos e deixei-me boiar.
Embalavam-me memórias e sonhos que iam e vinham, quase ao de leve, com(o) as ondas.



sábado, 1 de agosto de 2009

férias

Estou de férias!
Já sem exames nem notas para sair… já sem marcadores fluorescentes a acordar as letras das folhas, já sem livros sem histórias só com coisas…, já sem dossier’s no parapeito da janela ao lado da cama.
Estou de férias.
Já sem estas inquietações. Parece quase mentira.
Estou (mais) de volta… e sem relógio no pulso.


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Esperança na Fé

A esperança é o lado irracional da vontade, a face quase louca da razão.
A Fé é a esperança fundada no Deus que nos ampara até nos sonhos mais altos.


sábado, 11 de julho de 2009

Infinita força frágil

Sinto esta infinita força frágil.
Parece enorme. Parece crescer. Em ilusões para até ser de verdade e forte. Mas lá vem uma rajada de lembranças, uma música, uma só palavra e desabam os alicerces que pintei de cinzento para imitar cimento.
À noite as estrelas vêm, uma a uma, acordar a alma, desmascarar a falsa força e o céu que parecia calmo em silêncio. A lua, às vezes cheia, assina a tristeza de já não se ver o brilho de uma boa noite.
E eu finjo que não ouço, que nada disto me toca e que isto é força.
Infinita. Força. Frágil.



terça-feira, 7 de julho de 2009

Não percebo

Escrevo porque quando tento dizer-Te algo Tu falas comigo e lá se vai tudo o que tinha pensado dizer-Te.
Não são monólogos o que quero, mas deixa-me chutar todas as perguntas. Algumas vão parecer zangadas, revoltas… mas são apenas tristes.
Pedi-Te sempre para me ajudares a perceber o que era certo, ouvia-Te e tal e qual como sussurravas eu fazia. Porque estava errado? Estava mesmo? Se não estava que presente é este sem futuro bonito à frente? Não… não era imaginação minha, não era a minha vontade a falar, não era a minha esperança… era também a Tua vontade, a Tua certeza num sussurro firme e doce. Não percebo. Desculpa, mas não é justo. Tu sabes.
Sabes?! Acho que afinal não tenho mais perguntas.
Afinal não são muitas mas são grandes…
Estou triste.
Deito-me todas as noite a pensar que vou rezar-Te, pedir-Te que me ajudes nestes dias difíceis, que me ajudes a concentrar, estudar, acalmar… e basta começar a falar contigo para me soltares as lágrimas do dia inteiro, para me desabotoares o peito e deixares fugir o coração da alma e receberes todos os meus pedidos… que já não se lembram de exames e coisas, mas sim das pessoas e pedir-Te inteiro para elas. E é por isto que não percebo. Tu sorris quando falamos assim, ficas tão contente quando Te peço para os outros… e agora… Agora olho para as pessoas e não Te vejo. Não reconheço as pessoas. Não (as) percebo. Dói. Onde estás? Não Te reconheço no desprezo, nas palavras que doem, na ausência…
Olha, por favor, continua a falar comigo, a ouvir-me e a ajudar-me a rezar melhor pelos que amo.
Não. Eu não vou desistir das pessoas, de gostar. Ensinas-me assim.
Sê, no coração das pessoas, o maior tesouro Vivo e ajuda a partilhar-Te em cada gesto.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

O meu selo

Este ano o meu selo (em Coimbra há a tradição de se oferecerem os selos da Queima) dizia assim:
“Ni, saber que te tenho comigo mesmo que nem sempre fisicamente presente faz-me feliz! A verdade é que a distância só fortaleceu a nossa amizade e agradeço a Deus por isso!
És especial! =)
E sei que te vou ter na minha vida para sempre e isso é tão bom! =)
Amo-te miúda!
Feliz ano. Parabéns por tudo o que és. Tenho um orgulho enorme em ti!”





Obrigada!
Fiquei sem palavras. Soube bem.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

mais um desafio

Sabem?! Tenho uma amiga com nome de flor… Pode o nome ser só virtual, mas a amiga é diferente. Apareceu por entre palavras soltas mas foi ficando presa à alma… e quando cheio de cor leio “Violeta” o dia fica logo mais bonito. Já há uns dias ela desafiou-me. Também isto é de amigos. Desta vez desafiou-me a dizer 5 coisas que gosto na vida.


1. Gosto de me ver sorrir por sorrirmos.
2. Gosto da cumplicidade de olhar(es)
3. Gosto de telefonar e ouvir uma voz feliz
4. Não há sensação igual a um bom abraço… seguro… aconchegante
5. Gosto de boas surpresas



Estas são as regras do desafio.

1º - Colocar o selo no blogue
2º - Divulgar as regras
3º - Dizer 5 coisas que gosto na vida
4º - Indicar 10 blogues para os quais o envio
5º - Informar os blogues indicados que receberam o selo.



Apesar das regras, não desafiarei 10 blogues… Prefiro desafiar-vos a todos a pensar em 5 coisas que gostam. Vão ver que são felizes enquanto percebem como são simples.

sábado, 20 de junho de 2009

verdade e consequência

Sempre gostei de me sentar à janela.
Agora os olhos prendem-se lá fora e eu viajo longe no tempo. Uma bola nos pés, uma bicicleta, patins, uns trambolhões, horas sem fim de pura brincadeira. Jogar às escondidas e encontrar toda a gente, jogar ao stop, à verdade e consequência… A verdade é que cresci e as consequências são enormes. As pessoas não se encontram na esquina, nos jardins, a espreitar atrás do muro…
Quando era mais pequenina fazia uma coisa muito importante e era tão feliz. Não dava tempo para ter saudades das coisas que me faziam bem, das pessoas que me faziam sorrir quase por nada. E, se tivesse saudades, não deixava que doessem muito, muito… pensava apenas no caminho mais rápido e corria até encontrar e, por quase nada, sorrir
.


terça-feira, 9 de junho de 2009

sorri convosco

Obrigada!
Sorri convosco. Algumas lágrimas salgavam o canto do sorriso, mas isso só o tornava mais bonito.
Percebi que podemos estar muito tristes, a esbarrar em dúvidas e incertezas, meios perdidos... que Deus não se perde de nós. Percebi que no meio de tanta gente, tão bonita, Deus cabe nas palavras, nos abraços, nos gestos e no silêncio...
Houve até surpresas. Gente nova por aqui. Gente que faz crescer mesmo à distância de anos... e que partilha Deus inteiro.
Há reviravoltas e revoltas que doem e nem são nossas... mas há também quem volte forte, com(o) mensagem viva de Fé.
Aprendo, cada vez mais fundo, que nós somos o que os outros constroem connosco.
Obrigada!




quarta-feira, 27 de maio de 2009

Reviravoltas

Pensei muito antes de vos escrever hoje. Faço-o há algum tempo… já longo.
Iniciei este blog a pensar conseguir (d)escrever-me e partilhar dias de uma forma mais (ou menos) abstracta. Imaginei que isso seria sempre possível. Talvez fosse defesa. Sim. Talvez. Não nego. Parece que assim me sentiria mais confortável, como que com uma capa resistente e sem formas que esconde o que somos. Mas conheci-vos. Obrigada. Conheci-vos e fui, aos poucos, deixando de ser capaz de me descrever sem formas, corpo e alma. Partilho-me quase sem dar conta por não doer. É assim nas descobertas, nos dias felizes e tristes.
Sabem? Admiro tudo o que escrevem, mesmo nos dias tristes, porque até fica bonito. Mas conheci-vos e ler-vos tristes custa. Sei que são fases. É assim a vida… cheia de voltas. É isso. A vida habituou-nos a dar voltas e a voltar. Só ainda não tinha descoberto que há reviravoltas tão difíceis e demoradas de passar. Impossíveis?! Não sei. Não percebo.








Já esperei o tempo… todo o tempo. Já alarguei o tempo de esperar. Sonhei. Alarguei e reconstrui sonhos. Adaptei-os ao tempo que (não) passa. Acho que inventei desculpas para que doesse menos. E agora, que as desculpas se cansam, dói mais.
Acumula-se o tempo e a falta de tempo, os sonhos apenas sonhados… E eu estou triste. E não sei escrever-me assim.
Nunca a vida me tinha dito que havia voltas em que não nos dá o que nos promete. Um abraço. Aquele abraço. São bons aqueles que pequeninos correm desde longe de braços abertos, mas não são todos. Falta aquele. Aquele que não corre mas pára. Pára o tempo. Eterniza(-nos). Falta. Sinto falta. E isto não passa.

Sabem? Aprendo também que triste não se estuda bem. As letras acumulam-se em montes em forma de linhas, uma lágrima faz com que batam desfocadas e eu tento ler. Leio e releio e nada. Dou por mim longe, só a pensar, lembrar, sonhar…
Aproxima-se a época de exames e tudo parece loucura. Uma estranha loucura em tons de cinzento.
Não. Não é o fim do nosso Branco Escuro. Ponderei, mas não. Não, porque imaginei escrever-vos em tantos momentos felizes. Não, porque, para além de mim, eu sou eu e o que sonho.
Vim pedir desculpa pelas poucas cores, pela falta de palavras, pela falta de tempo e pelo louco tempo que me (ainda) espera.
Vim… tentar consciencializar-me que há voltas que não voltam. Não consegui. Sonho.


terça-feira, 19 de maio de 2009

Deus está em todo lado

Duas crianças à porta da igreja:


- Não é assim que se faz. É assim (exemplifica, ajoelhando-se).
- Eu faço como eu quiser.
- Mas não. Tens de fazer assim. Quando se passa ali (no meio do corredor central) é assim que se faz.
- Porquê?
- Porque sim. O padre faz assim.
- Assim (faz uma vénia com a cabeça) também dá. Eu faço como eu quiser.
- És teimosa. Tem de ser como eu fiz.
- Porquê?
- … porque Deus está ali.
- Oh… não pode ser só por isso. Deus está em todo lado.


quinta-feira, 14 de maio de 2009

maior distância

Esperei mais do que podia… Esperei para lá e para cá do sonho. Achei que não seria sonho… pensei que fosse possível e que agora o silêncio não doeria assim.
É cada vez maior a distância…


segunda-feira, 11 de maio de 2009

(sem) palavras


Sabia que há momentos em que não há palavras… outros em que mesmo a rebentar na alma não conseguem soltar-se, mas não sabia que se trocavam para que magoassem.



Há coisas que não gosto de aprender.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

dois anos

Há dois anos por aqui... a partilhar e a crescer.
Obrigada a todos que pintam este nosso cantinho, a todos os que por aqui passam, aos que deixam palavras sempre bonitas e que seguram, aos que deixam os mais variados silêncios...
Obrigada por, tantas vezes, fazerem de um simples cantinho uma casa inteira.
Obrigada por tornarem isto possível.
Obrigada...

domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe

Porque sei que às vezes te parece que faço tudo ao contrário...


Obrigada, Mãe!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Que sentido?

Já não sei pensar.
Ponho tudo nas Tuas mãos. Fecho os olhos para que nada me distraia e só de Ti venham as respostas. Faço o que me pedes e dizes certo… e depois… tudo errado. Tudo. Errado.
Que sentido é este das coisas? Não percebes que não tem sentido? Que é dor a companhia? Que não leva a nada? Que desafio já perdido no tempo é este?
Acho que já não aguento (muito) mais. Explica-me. Eu sei que Tu não gostas de me ver assim. Ajuda-me.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Quando...

Quando as minhas mãos demoram mas são as primeiras a limpar as lágrimas…
Quando as recordações são o maior dos sonhos e as únicas palavras….
Quando o olhar é vazio depois de esperar…
Quando os gestos se dão e não se sentem…
Quando um sorriso é indiferente… e quando tudo isto é incontornável… estou sozinha.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Não sou forte assim

Não sou forte assim.
Não sou forte como às vezes dizem.
Não sou forte. Tu sabes.
Não sou forte por mascarar dias tristes de outros dias, por secar lágrimas com o desviar do olhar antes que se desprendam do fundo raso dos olhos da alma.
Não sou forte por rasteirar o silêncio embarcando em conversas banais a que a convivência obriga, nem por sorrir e não chorar quando se vê.
Não sou forte nem por tentar.
Tu sabes.
Não sou forte porque há momentos em que a força se esgota e os limites de quem (não) sente se empurram e expandem para não rebentarem ao serem ultrapassados. Não sou forte porque basta aproximar destes limites para doer.
Não sou forte porque os dias triste(s) cansam e pesam, porque as noites não adormecem e dão tempo para todas as lágrimas suspensas.
Não sou forte porque o silêncio ganha e ganha-me. Irrita. Entristece. Dói. Exibe cada segundo de gritos mudos, abafados na distância, como troféu… porque à noite não há conversas para lá das recordações.
Não sou forte porque não vale sorrir assim.
Não sou forte porque não basta tentar… é preciso ser capaz.
Sou pequenina e frágil. Tu sabes.


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Talvez... mas...

Um dia talvez sonhe melhor… espere melhor… acalme melhor… chore melhor… Mas talvez nesse dia não seja eu.


sábado, 11 de abril de 2009

Santa e Feliz Páscoa


Que sejamos capazes de viver ao Seu jeito e de acreditar na eternidade do Amor que nos oferece.




Desejo a todos uma Santa e Feliz Páscoa.

terça-feira, 7 de abril de 2009

dúvidas no(s) silêncio(s)… todos (se) perguntavam porquê

Não compreendo a morte. Não a parte explicável pela ciência… mas a outra onde cabe a continuidade da Vida… aquela em que nos deixamos de ver e onde a distância deixa de ser aquela que nos permite abraçar.
A igreja estava cheia, o adro estava cheio… Toda gente comentava a pouca idade, falava-se de injustiça e continham-se dúvidas no(s) silêncio(s)… mas todos (se) perguntavam porquê.
Algures onde “arrumo” livros, exames, esquemas, ciclos, reacções, valores, resultados… tudo se encadeia para explicar que o coração pára. Mas e o resto? Não há nada na alma a explicar nada.
Bem sei meu Deus, ainda mais agora, nesta caminhada que faço contigo, em que com o Teu toque doce na minha Vida preparas o meu coração para Te receber Ressuscitado, que devia ser capaz de aceitar e sentir que faz parte. Mas… Mas enquanto sentimos terra segura debaixo dos pés, enquanto corremos apressados pela vida e criticamos pequenos desafios que nos dás para crescermos não pensamos como somos felizes juntos… Felizes só por estarmos juntos.
Doce Deus, Tu que nos dás a Vida, ensina-nos a senti-la, a dar-lhe valor todos os dias. Ajuda-nos a ser felizes sempre e a apreciar cada sorriso nosso como um tesouro… e cada dia como bênção.
Cuida com todo o Teu Amor de todos aqueles que em Ti depositam a sua Fé e vontade de vencer.


sábado, 4 de abril de 2009

afinal não basta

Nem sempre basta o que temos e somos. Afinal, dar e ser nem sempre é suficientemente bonito.


segunda-feira, 30 de março de 2009

(su)plantar

O desprezo quase suplanta a esperança… quando basta um sorriso para plantar felicidade.


sábado, 28 de março de 2009

segredos

Estou cansada de negociar tempo com a alma, de todo o dia dividir esforços e concentração, desencantar sorrisos e pedir aos olhos que não me atraiçoem (tantas vezes em vão), para perder tudo à noite silêncio escuro.
As lágrimas caem e escondem-se na almofada para que não sejam vistas como exagero de quem aparentemente não sente forte. Escorregam pelo que (não) sentem, pelo que (não) sabem e guardam. São segredos… demasiados para uma alma só conseguir não chorar.


segunda-feira, 23 de março de 2009

tamanho de ser capaz

Gostava de ter o tamanho de ser capaz… capaz de ajudar. Só gostava que as minhas mãos acalmassem as que precisam de dedos entrelaçados, que nos meus braços vissem o tamanho de abraços e no meu colo se sentisse o silêncio lindo do conforto. Gostava apenas que o tamanho do que dou de mim fosse tão grande que ajudasse a sorrir.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Pai...

Pai… admiro-te.
Admiro a tua maneira justa e serena de ser. Admiro a tua relação calma com o silêncio e como nele consegues guardar a preocupação. Gostava de ser um pouquinho mais assim.
Admiro a agilidade e a ginástica de tornar possíveis tantas coisas.
Desculpa… eu sei que te desafio. Sei que te digo o que não esperavas, que não te deixo achar que tens sempre razão… que te “pico” quando estás mal-humorado… mas somos assim. Quando não é assim algum de nós está triste.
Gosto de chegar à Sexta-feira e sentir a pressa de ir para o café contigo.
E pronto… isto não te digo, porque não somos assim e ias tentar sorrir mas os olhos iam ficar vermelhos quase, quase a não segurarem as lágrimas e sei que não gostas…, mas tenho saudades de ser pequenina, deitar-me no sofá e pousar a cabeça na tua barriga e adormecer sem medo, sem problemas.


Pai é mesmo palavra de filho(a)… de quem cresce junto.

Pai, Pai de todos os pais, Obrigada! Cuida de cada um com todo o carinho e atenção que um filho merece.

terça-feira, 17 de março de 2009

aperto

As lágrimas escorregam pelo aperto do coração… ecoam no silêncio ao cair no peito e a alma tropeça nos nós que as noites acordadas dão sem avisarem o(s) dia(s).
Perco-me no sentido das coisas.
Prendo palavras, amarro gestos, fecho portas e quero esquecer-me da chave algures onde só possa voltar quando tudo voltar comigo. Quero não pensar mas os sentimentos não pensam assim. Quero não sentir assim, mas o que sinto e sou não depende só de mim, mas de todos quantos me pertencem. E quem me pertence, pertence porque é especial, porque me cativa, (pre)ocupa… porque me faz sorrir e chorar.


... e as lágrimas escorregam pelo aperto do coração.


quarta-feira, 11 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

mundos

Há mundos a girar demasiado depressa e concentrados no seu eixo para ver os outros. Há mundos inteiros esquecidos… quase perdidos cá dentro.


quinta-feira, 5 de março de 2009

a ganhar a infinidade do tempo

Achei que podia ser diferente. Sonhei que seria sempre diferente… Hoje senti-me afinal tão igual… a ficar mais feia aos poucos.
O telefone toca. Já a adivinhar volto para trás, mesmo antes de arranjar coragem de atender, enquanto respirava fundo debaixo de chuva.
Entrei. Diagnóstico feito. Prognóstico calculado à velocidade que via cada sinal, cada valor, cada traço mal desenhado naquelas máquinas que apitam.
Um sorriso desajeitado, umas palavras sem jeito… a dificuldade em olhar… em manter o olhar.
Baixo, a perder-se no espaço, a ganhar a infinidade do tempo, com uma calma difícil de sentir: “Ni, Obrigada. Não desistas. Serás melhor do que o que eu sonhei ser.”
Depois… segundos despois, já só eu chorei.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

uma senhora… linda

Um dia vi ao longe uma senhora… linda! O meu olhar atravessou mais de mil pessoas até a ver, mas no dela descobri um brilho diferente. Partilhava orgulhosamente o filho. Sabia-o triste, de coração dilatado, mas não acomodado, e tornou a sua presença em força. Sentia-se.
Um dia, no dia da mãe, ele escreveu sobre ela. Lembro-me de ter chorado ao lê-lo(s). Deviam todos ter lido. Ele dizia que as mães dos padres eram especiais… e (d)escreveu a dele tão bonita. Chamou-lhe sentidamente MÃE. Juro, lia-se AMOR. Ouvi-o também contar algumas histórias… e a voz muda.
Foi assim que a conheci e só assim me cativou.
Já antes tinha falado dela a Deus, mas foi nesse dia, no dia em que a vi, que mais forte a agradeci a Deus. Aquele olhar… aquela força… o coração… a família… são dons de Deus.
Esta senhora, que nunca me viu, que sem saber me fez sorrir tantas vezes e que é uma razão tão forte do que sou e Acredito, hoje precisa muito de mim… de ti… de nós! Precisa do sorriso de Deus.
Meu Deus, pedi-Te tantas vezes que me ensinasses a rezar melhor para que mais dentro me ouvisses, hoje falo-Te com o mais sincero que sinto.

Sê, Senhor, a força que sempre Te reconheceu.
Senhor, sente todo o amor e vida(s) dedicados e espelha-os no Teu sorriso, na Tua presença Viva.
Olha a família, abraça-a e descobre-Te na Fé mesmo que aparentemente ténue.
Hoje, Deus bom, aceita todas as lágrimas como luta e converge-as para o (a)braço que desemboca na felicidade.
Amanhã, opera Tu, com a Tua superior ciência, sapiência e toque divino.
HOJE, meu Deus, nosso Deus, Senhor de todas as coisas, atende as nossas orações.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Meu Deus...


Meu Deus, dá-me a graça de ser forte como Tu e o dom da união de pessoas tão diferentes, para que não me falte a coragem de lutar pelos nossos ideais.
Inunda-me, Senhor, do Teu jeito único de Amar, da capacidade de entrega incondicional, mesmo às ca(u)sas perdidas, e da superação (in)consciente dos meus limites tão humanamente moldados.
Torna-me, meu doce Deus-menino, mais simples, mais bonita, de coração limpo e alma grande. ... Perfilha-me pelo jeito de ser.
Fortalece-me na Fé e, por favor, ama-me mesmo que nem de tudo seja capaz.
Completa-me contigo para Te levar e dar comigo.



domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mundo(s)

Era manhã… muito cedo. Eu ainda estava acordada. Tentava esticar a palma da alma para que nenhum pedaço do mundo só meu caísse. Eis que outro mundo acorda já quase a rebentar. Lá se foi o cálculo da destreza da atenção e da racionalização do sono. Por momentos parece que deixei de ter aquele mundo só meu. O que tinha estava exaltado e a desfazer-se. Não é episódio novo. Parece quase um eclipse solar. Deixa de haver luz. As palavras saem do escuro, tantas sem razão. Não olham a alvos. Disparam em todas as direcções. Tudo e todos são alvos. Desculpa: só esta não existe. Nunca. Aprendo que posso esperar tudo menos (uma): desculpa. Posso esperar e prepara-me… não faltará muito para voltar a explodir. Posso esperar de todos o “quase-silêncio”. A partir de agora, outra vez, tudo continuará igual: a mudar. Há quem volte a voltar sempre menos, há quem vá sair para respirar, os que ficam porque faz parte e em mim cresce a vontade de crescer. Não me interessa se tudo isto teoricamente faz parte… Não sonhei assim e estou triste.