sexta-feira, 27 de julho de 2012

(im)perfeição

Este poema escreve-se na alma,
Ditado pelo coração,
Com carinho e calma,
Para explicar à razão
Que o que escrevo com amor
Não pode ser senão perfeito,
Porque de tudo quanto é feito
É tão somente a (im)perfeição do amor.

...







(Há poemas que se escrevem assim... sem pedir... e (im)perfeitos demais para serem lidos.)


Ni

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lá... na (in)existente realidade dos sonhos...

Lá, onde chegou descanso e o sonho, o mar (des)penteava a areia com o carinho de quem volta sempre daquele (in)alcançável horizonte. O olhar brilhava mais que o sol... e o coração aquecia assim..., com a alma a sorrir e a reflectir até as estrelas que as nuvens teimavam em esconder.
Lá, onde (não) viveu este sonho...






Há sonhos que se eternizam pela realidade em que (não) existem.



Ni

domingo, 22 de julho de 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

"se Deus quiser..."



Naquele quarto da enfermaria, enquanto eu falava com o Sr. "Manuel", alguém com tom natural disse: Se Deus quiser...
O Sr. "Manuel" é um homem inteligente, difícil..., como a sua vida, de sorrisos escassos e presos, de palavras pensadas para serem poucas. Ao ouvir esta frase, abanou, com balanço depreciativo, a cabeça e...:
- A Dra. desculpe a pergunta, mas... Acredita que Deus existe e acredita mesmo nisso?
- (respondi sem hesitar) Sim, acredito em Deus!
- Como?! Onde é que ele está no meio disto?
- (reconheço que o lugar não é o mais agradável, ainda mais do "lado doente", mas mantenho o sorriso e respondo) Deus está no meu coração, no seu, em todos... Está onde O quiser encontrar.
- Em mim?! Em mim não!
- Mas já tentou ouvir-Lo (deixei que não interpretasse também como "ouvi-lo")
- Eu não. Não ouço nada.
- (tirei o estetoscópio do pescoço, segurei-o no "nada" e pus o Sr. "Manuel" a ouvir) O que ouve?!
- Nada!
- (pus então o estetoscópio de maneira a que auscultasse o seu coração) E agora?
- Ouço o meu coração...
- Deus é assim, Sr. "Manuel"... Não se impõem. Está em nós... basta arriscar procurá-Lo.
(Fez um silêncio diferente. Quando acabei e ia sair... Eis que hoje foi o Sr. "Manuel" a despedir-se...)
- Até já, se Deus quiser...
(sorrimos)





Ni

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pedras...

Hoje fiz o caminho de tantos dias... Sempre igual. A mesma estrada, algum dos mesmos carros, o mesmo passeio... Sempre as mesmas pedras do passeio. Ia jurar que já as tinha olhado todas.
Hoje de olhos postos no chão, o pensamento voava... Voava tão longe quanto sonha e vive o sentimento.
E, de repente, numa pedra daquele mesmo passeio, vejo o pensamento que voa, o sentimento que vive à altura dos sonhos.




Ni

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Prosa dançada

Não sei o que é poesia
Se não uma prosa dançada
Na cadência imaginada
Do ritmo declamado da alegria.

Não sei o que é um poema
Se não o solucionar do problema
De escrever o que se sente,
Repartindo, igualmente,
Entre linhas, os sorrisos...
E os suspiros entre versos.

Não sei adivinhar o fim das frases...
Não sei escrever por fases...
Só sei dar asas aos sonhos,
Deixa-los dançar com alegria...,
Serem textos, serem sonhos
De prosa ou poesia...





Ni

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprender a voltar

É preciso aprender a voltar... É como quem já soube voar mas entretanto se esqueceu que tinha asas... Voltar não é só dizer "Olá... de novo". É voltar a deixar que as palavras se soltem à medida que a alma se despe e se dá, com ou sem medo. É voltar a deixar que o coração escreva e partilhe instantes de pensamentos sentidos..., de sentimentos pensados... ou até só de sentimentos impelidos a não pensar.
Voltar é arriscar um passo que um dia me fez parar.
Sinto as pernas a tremer, sincronizadas com o receio que arrepia a alma.
As mãos escrevem tão depressa quanto bate o coração neste tranquilo nervoso miudinho... E, como tantas vezes não entendem o que diz, tudo o que escrevem não passam de eternos rascunhos sempre imperfeitos e inacabados.





terça-feira, 10 de julho de 2012

Olá... de novo.

Olá...

Há tanto tempo...!!

Sim, passou muito tempo desde aquilo que julguei ser a última vez, o último post..., o último suspiro escrito e partilhado aqui.
Não sei bem porque volto, como volto e para que volto. Volto?! Nem sei...
As cores continuam a confundir-se em meios tons..., tal como a vida. Os dias continuam a passar entre sorrisos e lágrimas, entre histórias e pessoas, entre mim e Ele, entre (in)certezas entrelinhas, entre-olhares, entre laços, entre o tudo e o nada..., como quase sempre.
Eu continuo a crescer, entre sonhos.
Continuo a sonhar muito, a pensar muito, a sentir muito.
Continuo eu.

Ni...