sábado, 27 de outubro de 2012

Obrigada... pelo que és em mim!

Senhor, meu doce Deus, sei que sempre assim foi, mas andas a desarrumar o meu coração com a intranquilidade que o Teu Amor me causa.
Reconheço a minha forma estranha de Te rezar... Às vezes, quase não dou conta... E quando achava que as inquietações vinham do pensamento, são afinal desabafos e perguntas, tantas vezes num tom zangado e desesperado, que sussurram e gritam do coração e da alma.
Quantas vezes Te assalto com perguntas feitas críticas, com incompreensões e fragilidades e faço disto um monólogo meu à espera de respostas Tuas... E, quando por fim as perguntas se repetem insistentemente, eu paro..., respiro fundo, numa tentativa forçada de oxigenar profundamente o sentir..., e agradeço-Te o que és em mim. E Tu, que me deixaste resmungar na minha pequenez, aconchegas o meu coração com um sorriso e adormeces-me sem pedir, sem forçar... nem mais um "Obrigada..."
Admiro a Tua paciência e a Tua bondade..., a Tua doçura, o Teu Amor... inquietantes e inexcedíveis.
Obrigada pelo que és em mim...!






Ni

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sopro do sentimento

Corro contra o vento
A tentar que me roube do pensamento
A dor da distância e da saudade
E que arrepie a felicidade...
Para que à flor da pele fique um sorriso
E no profundo do peito o desejo preciso
De que ao chegar aí
Tenha perdido a força da distância
E seja doce brisa, pura essência...,
Que não assobie nem sopre
Mas com (en)canto sussurre:
Não sou brisa, não sou vento
Sou o sopro do sentimento
Que a minha vida respira...
E a minha alma inspira
O meu coração com aconchegante ardor...
Sou Amor...






Ni

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Indescritível beleza

É indescritível a beleza,
Que para além da distância
E da (in)existente ausência,
É, de certeza,
O que me faz sorrir
E sentir... (sim, sentir!)
Só de imaginar
E, por loucura, jurar
Que sorrio por ver
Na alma dos meus dias a aparecer
E a ficar...
Para todo o tempo poder amar.




Ni

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Caderno preto

Chega ao fim mais um caderno,
De um preto quase terno
Pelas cores que esconde dentro...
Das palavras ao (des)encontro
Do sentimento pensado,
Do pensamento negado
À poesia que se escreve
Com a (im)perfeição com que descreve
Apenas tanto quanto o amor.




Ni

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Olá Avó...

Olá Avó...

Disse tantas vezes que nos (aos netos) via sem nos ver..., que hoje escrevo a saber que mesmo sem poder ler vai sentir as palavras.

Partiu na calma da Vida que construiu... As mãos que trabalharam a vida foram por fim amaciando... As rugas de 96 anos eram o rosto das dificuldades ultrapassadas com a força e determinação. Desde tão cedo sozinha a erguer uma família, rezava mais forte a cada terra cultivada.
É inesquecível o seu sorriso ao ver-nos chegar, sempre rasgado a deixar escapar o brilho que não cabia nos olhos. O seu abraço que apertava tanto que não deixava respirar... só suspirar.

E hoje partiu... com a forte fragilidade de uma Vida inteira.



... Não tenho mais palavras... Mas as suas também nunca eram muitas e chegavam sempre.



Ni

sábado, 6 de outubro de 2012

Tamanho do que sinto...

O tamanho do que sinto
É pequeno para o coração...
Transborda e inunda o mundo...
É bem maior que a razão...
Entranha-se de tão profundo...
Ilimitado como a eternidade,
Tão grande quanto a Felicidade...
É Amor o que sinto.





Ni