quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

(in)sanidade de Deus



Deitei-me a achar que estava com sono suficiente para dormir... Tinha-me deliciado com as primeiras páginas do livro "Deus não precisa de ti - ter fé em Deus é tudo menos fácil".
Apaguei a luz. Fechei os olhos... Não havia barulho. Ia dormir.
Não havia barulho, mas percebi que também não havia silêncio. Ouvia o meu coração. Não o bater que que ausculto com estetoscópio, nenhum sopro... Ouvia o meu coração numa calma inquieta, num monólogo de quem ama e partilha silêncios. Percebi afinal que rezava. Ou melhor, esta foi a "conclusão". No início não percebia. Confundiam-se os meus pensamentos de amor com as minhas dúvidas e certezas existenciais sobre Deus.
Percebi que era eu própria e inteira na oração, como no amor.
Ouvi e senti, numa tão bonita quanto inquietante harmonia, o sim feliz e infinito do amor em uníssono com o sim perfeito e absoluto de Deus.
Deus é louco!
Deus tem em si toda a loucura do amor.
Deus é mesmo amor!
Perdoa sem pensar. Aceita só porque sim. Sorri só de imaginar. Vive em mim, forma-me, transforma-me, preenche-me, constrói-me. É em mim e comigo. Tudo numa perfeição tão (in)definida que somos só um.
A (in)sanidade de Deus é toda a ilimitada dimensão do amor.
(Não) Havia barulho...
Ouvia o meu coração... Falava de Deus, de Amor, de loucura, de nós...












Ni

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

É Natal!


É Natal!
A magia é agora real...
As luzes que piscam
Nos olhos que brilham,
Nos corações que sentem
Os lábios que sorriem...
Com a simplicidade de criança
Com a crescente esperança
Naquele que nasce,
Menino Jesus!
É Natal!






Ni

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Banalidade de existir

A banalidade de existir
Balança num quase (des)equilíbrio
Com a dificuldade de persistir,
Com excelência e brio,
E ser capaz de ser,
Não (in)diferente, nem maior,
Mas capaz de continuar a crescer
E ser como aprendo com (o) amor:
Gerir a loucura da razão,
Calcular a beleza do céu,
Auscultar o que diz o coração
E ser eu...







Ni

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Eu sinto...

É amor...
Eu sinto... é amor!
Não quero nem pensar
E dar espaço à razão para doer...
Quero sentir e aproveitar
O sentimento em mim a crescer...
É amor...
Eu sinto... é amor!
O que tantas vezes sonhei sentir,
A achar não existir...
Existe e vive em mim,
Inteiro, entranhado, sem fim...
É amor...
Eu sinto... é amor!
De uma (im)perfeição invulgar,
Com a verdade do sentir sem pensar,
É a magia real do ser interior
Que vive do sentimento maior...
É amor...
Eu sinto... é amor!







Ni

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

... a balançar...

Sinto-me a balançar...
Não como quem dança...,
Mas como quem suspira a esperança
Como se fosse a (pen)última vez...
Sinto na minha inteira pequenez
A força de quem sabe o que é amar...
E que num só instante,
Sem qualquer regra importante,
Escreve, chora e sorri,
Porque tudo cabe em si,
Quando tudo é amor...






Ni

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não sou e não quero ser


Se eu fosse poeta
Escrevia como quem arquitecta
Uma casa, arranha-céus ou até uma cidade...
Com todo o pormenor e especificidade...

Mas eu não sei escrever assim...
A (não) saber como é o fim,
Com régua e esquadro a limitar
O que escrevo por ilimitadamente amar.

Não sou e não quero ser
Poeta que arquitecta escrever...
Quero re-escrever sempre melhor
Este livre e imenso amor.









Ni

terça-feira, 29 de outubro de 2013

E agora está ali...


Hoje, ali, onde a vida ganha um sentido diferente e tão especial que é difícil de aceitar..., entrei num quarto, com a porta semi-fechada, com receio do que aquele doente me poderia ou não dizer. Tinha lido o processo... Um caso cinzento muito escuro.
Entrei... Disse "bom dia" e um friozinho demasiado frio arrepiou-me.
...
Lembrava-me daquela cara... Agora mais desgastada pelo tempo, pelo frio da rua, pelo calor do chão..., pela doença..., pela vida.
...
- Olha esta menina. Tinha saudades do seu "bom dia". Agora as pessoas já nem falam...
Fiquei ainda mais inquieta...

Era um senhor que me lembro dos meus primeiros anos de faculdade. Via-o sempre sentado no chão, camisola velha de lã, a acompanhar com o olhar e com a fome a fila das cantinas.
Trazia-lhe, ao sair, pão, fruta..., o que quer que fosse que enganasse a fome.
Sorria-me sempre com um obrigado maior que o desespero.
E agora está ali...
Dizia-me que estava bem. O que eu sei ser mentira... e devo-o ter demonstrado no olhar... E ele respondeu-me: "Nunca estive assim, com gente sempre ao pé, com casa, com cama e comida..."
...
A conversa continuou e no fim ainda me disse: "Abra essa porta, por favor."
Lá dentro uma T-shirt.
Ofereci-lha num Verão em que a camisola de lã não era nada adequada.
Era (quase) tudo o que tinha naquela porta.
Sorri-lhe e disse-lhe que já voltava.
"Agora acredito que Deus sabe o faz." - disse-me certo e calmo.






Ni

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Palavras do coração

Não sei o que escrever
Mas não me apetece parar...
Sinto as palavras a correr,
Algumas a tropeçar...

São palavras do coração
Que existem por sentir...
Nem pensam naquilo que são
Apenas sentem existir...

Escrevo sem saber dizer,
Com tristeza, mas sem dor,
Que o que eu gostava de saber escrever
Era poemas de Amor.





Ni

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Que se tatue em mim a poesia...

Que se tatue em mim a poesia,
Na nudez da tristeza e da alegria,
De quem se escreve por (não) sentir
As entre-linhas de existir.

Que se escrevam as palavras que sussurram,
Que se (ar)risquem as que magoam e gritam,
Que se entranhe a tinta que não mente
De quem escreve apenas o que sente.

Que se decalque em mim a vida
Pela certeza de ser vivida...
Não peço para não doer...
Peço para sentir e ser...
A esperança do dia a acabar,
A luz do amanhã a acordar...
Peço, apenas, um favor...
Que se escreva em mim Amor.






Ni

sábado, 5 de outubro de 2013

Ainda agora ecoa...

Acocorei-me ao Teu lado, como se fosse ao Teu colo.
Na Tua cabeça inclinada de sofrimento reconheci a ternura da Vida...
Olhei-Te na fragilidade de quem não sabe sofrer e senti a força de quem quer viver mais...
Na cumplicidade de desafios que aceitamos sempre juntos, aproveitaste o momento e sussurraste "Segue-Me..."
Ainda agora ecoa... a cada pulsar do coração...





Ni

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Espero por ti...

Espero por ti...
Espero como o dia espera acordar...
Como a noite espera a lua...
Espero de desespero nua,
Pelo sorriso de te (re)encontrar...
Espero por ti...

Espero por ti...
Espero como um rio a correr
Para abraçar o mar...
Espero sem parar...
A adivinhar a magia de te ver...
Espero por ti...

Espero por ti...
Espero como quem quer sentir...
O que não sabe dizer...
Espero arriscar escrever
O conforto de sem pensar sorrir...
Espero por ti...
... Amor...






Ni

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Tão diferente, tão maior...

Tenho um amor que não cabe em mim...
Pinta o mundo com o olhar,
A cada passo faz das ruas um jardim...
Planta flores com as cores de (a)mar
Espalha um perfume sem ter fim.
Inspira cada sorriso...
Sorri a cada suspirar...
E sem mais nada ser preciso,
Reinventa-se a cada instante...
E daquele (en)canto profundo
Cresce forte e importante
Capaz de abraçar o mundo...
E é assim que este amor,
Tão diferente, tão maior...
Nasceu e cresce em mim...
E sem nunca transbordar...,
Porque assim é amar...,
Já não cabe só em mim.






Ni

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Monólogos com o amor


Faço monólogos com o amor...
Grito no silêncio que ensurdece
Pergunto a falta de respostas que enlouquece...
E nada...
Nada muda...
Só o silêncio permanece...
Só o amor persistente cresce...
E nada...
Nada muda...
Sussurro o silêncio que sorri no olhar,
Respondo sem pensar responder
Que nunca vou perceber...
Que a razão não vai chegar...
E nada...
Nada muda...
Nestes monólogos com o amor.





Ni

sábado, 17 de agosto de 2013

Sopro no coração


Senti o coração a bater...
Não era palpitação...
Isso qualquer um pode ter...
O que eu senti foi especial...
Foi um sopro no coração...
Não um sopro banal...
Foi um sopro de paixão...
Holossistodiastólico...
Um sopro único...
Um sopro de amor...








Ni

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Desafio da distância


A distância existe...
Dói e não é ilusão...
Quem não a conhece é triste,
Não desafia o coração.

O tempo passa sem chegar,
Dá tempo à loucura para sorrir...
A distância cresce sem aumentar...
A saudade sente sem sentir...

A distância é quase um soneto,
Branco escuro, quase preto...
Uma espécie de espaço quase obsoleto.

A distância desafia a dor,
Ténue... quase só ardor...
Que arde só por ser de amor.








Ni

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sorri por instinto

Estava deitada na praia. Uma brisa suave acariciou-me. Sorri por instinto. Arrepiei-me sem ter frio. Senti... acho que foi Deus.
Ao fundo reconheci-O no mar... sem fim e unido ao céu..., sempre ali. Vou e volto e está ali.
Sorria com as crianças, com os pais e os avós... Fazia castelos de sonhos.
Deixava pegadas...
Mas estava na praia e virei-me...
Tapei a cara do sol com um chapéu. Mas foi por aquele espaço que eu (não) sabia existir que Ele entrou, continuou a beijar-me o rosto e dizer: Estou aqui.
...
Também se reza na praia.






Ni

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Imensidão de (a)mar


É na imensidão do mar
Sempre a ir e a voltar,
Em ondas vestidas de espuma,
Que eu vejo a fraqueza da bruma
Que ao fundo tem fim.
Mas o meu sentimento não é assim...
Sinto para além do mar,
Sem tamanho, sem limite, sem fim...
Sinto a beleza indescritível de amar.






Ni

domingo, 28 de julho de 2013

Sonho para que (não) adormeça

Tenho um sonho para adormecer
Para que não doa por não acontecer...
Mas dói só de tentar
E eu não sei deixar de sonhar.

É um sonho que silencio
Quando choro e sorrio...
É o sonho de uma vida
Nunca antes pensada e sentida.

Sonho para que não adormeça
O sonho que talvez nunca aconteça...
Sonho porque não sei não sonhar
O sonho que sonho a cada acordar.






Ni

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Felicidade que se entranha

Sinto-me estranha...
É a felicidade que se entranha...
Respira em cada poro do meu ser...
Vive em mim e promete não morrer.

Não sei se é verdade ou se mente...
Sei que o meu coração sorri e sente
A suave e doce textura
Do sentimento que se apura...

É Amor.
Sem tamanho é cada vez maior...
E preenche-me sem me ocupar...
É a certeza de amar.






Ni

terça-feira, 16 de julho de 2013

Dançam como sentem

As palavras dançam...
Como só elas sabem fazer...
Fazem da alma o chão
Onde se inscrevem sem escrever.
Gritam sussurros de dor,
Encantam com cantos de amor...
Choram e (sor)riem
Como se a vida fosse a história
Que dançam como sentem
Com a tristeza e a alegria
Carregada em todos os passos,
Entrelaçada entre abraços
Onde não precisam de existir
Porque o silêncio faz sentir
Que afinal não sussurra a dor...,
Que apenas encanta o Amor.






Ni

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Desculpa... e Obrigada!

Olha... vou percebendo que não sei rezar Contigo como os outros.
Falo Contigo em qualquer lado, em silêncio, nas perguntas, nos gestos, nas pessoas... e gosto de Te ter perto.
Confesso, não conheço o deus lá do alto, longe, onde ninguém chega e de onde não sai. Aquele deus distante e frio.
A Ti eu reconheço num abraço, nas conversas, no bater do coração.
E eu sei que não Te importas que não Te reze, quando assim sinto, de mãos estendidas, abertas, calculada e simetricamente unidas, de olhos fixos talvez em nada e a pensar em como estou sentada, ajoelhada e no que estou a fazer. Gosto de sentir, de Te sentir, mesmo que isso seja sentada, pernas cruzadas, mãos a gesticular, olhos fechados, a sorrir ou a chorar, num qualquer espaço que por ser meu e Teu é nosso.
Desculpa quando não sou capaz de ser mais ao Teu jeito, porque me chateio e resmungo, porque me irrito e reclamo, porque tento, teimosamente, sem desistir daquilo em que Acredito.
Obrigada...
Obrigada pela Tua presença serena e inquietante.
...
Obrigada por cada oportunidade de ser feliz.
Obrigada...
Simplesmente por tudo o que És... Obrigada...!





Ni

domingo, 7 de julho de 2013

(D)escrever(-me)...


Tento (d)escrever-me...,
Como faço com o amor,
Mas não consigo encontrar cor
Nem vontade para o fazer...

Quase tudo é escuro...,
Desfocado como o futuro...,
Frio como o pensamento,
(E)Levado ao limite da razão...
Resta só o coração
A alimentar o sentimento
Que voa, sorri e sente
E quase não me pertence.

De que vale então (d)escrever
O que sou quase sem ser?
...






Ni

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quase louco...

Dizem que o amor é louco...
Mas só se por o muito parecer pouco...
Se não eu não entendo...
Não encontro outra loucura
Para além daquela que é a ternura
E que sem limites vai crescendo.
Só sei, isso sim,
Que nunca antes senti assim...:
Sorrisos que vêm do coração,
Sonhos mais bonitos que a imaginação...,
Tornar maior o pensamento
Com a beleza do sentimento
E assim pensar e sorrir
Tão somente por sentir...
A alegria a pulsar,
A saudade a suspirar...,
Os olhos a contarem segredos,
A felicidade a ir enganando os medos...,
E eu a sentir sempre maior,
Quase louco,
Por tanto ainda parecer pouco...,
Isto que é Amor.







Ni

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Esconderijo das palavras


Fiz cócegas às palavras para saírem
Do esconderijo onde se esconderam...
Virei costas ao silêncio,
Desprezei a falta de imaginação...
Desabotoei o coração
E num feliz arrepio
Senti as palavras escreverem
Que por mais que se escondam
Não sabem negar
Que são felizes só por amar.






Ni

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Do sentir ao escrever...

A distância do sentir ao escrever
Impede-me de saber dizer
O que sinto tão bonito...,
Tantas vezes (mal) (d)escrito...
Com palavras e conceitos
Vazios, já pré-feitos...
Mas o que sinto não é assim...
Não tem uma forma assim-assim...,
Nem um outro nome qualquer,
Não joga ao bem-me-quer e mal-me-quer...
Não tem sequer outro significado
Nem pode arriscar ser explicado...
É único, é especial...
É essencial...
Só sei que é sempre maior...
Que é Amor.





Ni

quinta-feira, 9 de maio de 2013

... (D)Escrever Amor

Podia inventar mil versos,
Contrapor com mil e um reversos...
Podia descrever o mundo
Desde o ponto mais profundo...
Falar das estrelas e da lua,
De cada canto da rua...,
De todas as terras e mares...
Podia até inventar novas cores,
Novas palavras, novo poema...
Mas teria sempre o problema:
Não há outra forma de escrever Amor.





Ni

sábado, 4 de maio de 2013

Obrigada...

Às vezes, até pensamos momentos para rezar e depois...
Ontem foi (quase) assim. Enquanto alguns rezariam eu tocava viola, perdida entre acordes e as dores nos dedos e a tentativa de não trocar nenhum...
E eis que no fim, quase já sem gente..., pousei a viola. Sentia falta de rezar. Sentei-me, pernas cruzadas, aninhada junto a Ti. A luz das velas tremia como a minha voz em silêncio de quem não sabe o que dizer. Sei que instintivamente inclinei a cabeça como a Tua tentando olhar-Te nos olhos. Fechei os meus e sei que aí, em mim, Te vi melhor. Uma lágrima calma escorria enquanto eu sorria e dizia-Te em silêncio, mas não em segredo: Obrigada por tudo o que és em mim.






Ni

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Quero ser como tu...

Tem 8 anos e uma história que não cabe em tão pouco tempo... Já sofreu o que a vida inteira não há-de esquecer e que os gestos e o olhar não conseguem esconder.
As poucas e forçadas palavras, a voz triste e decidida tornavam a conversa ainda mais difícil. O ambiente (que odeia e que relembra cada instante profundamente doloroso) não ajudava nada.
Tentei mudar tudo, vestir o ambiente do que não a importa, dar à minha voz uma doçura que se transmitisse a ela, dar a cada gesto uma explicação e o carinho que não se explica...
Consegui descobrir que gosta que lhe chamem "Di".. Sorri e disse-lhe que éramos parecidas..., que a mim gosto que me chamem Ni...
No fim, depois de ultrapassar muitas memórias, as lágrimas incontidas quase lavavam o sofrimento entranhado...
Perguntei como ia a escola e agora que já não era pequenina (altura a que associa tanto sofrimento), se já sabia o que queria ser quando fosse grande... Respondeu-me depressa: quero ser como tu!
Fiquei sem grande resposta, mas sorri-lhe e disse que ela é capaz!





Ni

quinta-feira, 18 de abril de 2013

... Mas é Amor...!

Se não fosse Amor era loucura...
Mas é Amor...!
É Amor porque é maior...
Porque não se esgota e perdura...

Se não fosse Amor era magia...
Mas é Amor!
Porque é milagre vivo no interior...
Porque todos os dias é todo o dia.

Se não fosse Amor era outra coisa qualquer...
Mas é Amor...!
Porque é Amor...
E não outra coisa qualquer.






Ni

domingo, 14 de abril de 2013

Gostava de saber escrever...

Gostava de saber escrever
Tão bonito quanto sinto...
Mas as palavras não chegam para dizer
Quão grande e profundo é o Amor que sinto.

Queria fazer uma declaração...
Uma declaração de Amor...!
Mas por mais que (d)escreva o coração
Não sei escrever tão belo e grande Amor.

Só sei que é perfeito!
Só sei que é Amor...!






Ni

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sonhos que brilham no céu da alma

Deitei-me de costas no pensamento...
Com aparente descontracção,
Pernas esticadas,
Ao fundo cruzadas,
Mãos atrás da cabeça...
A aconchegar a dor de quem pensa...
Mas o olhar voou no sentimento...
Prendeu-se nos sonhos do coração
Que brilham no céu da alma
Como as estrelas mais perfeitas...
E sem eu perceber,
Estava afinal a sonhar...
Sonhava de verdade
E com verdade...
Estava a viver
Este sonho de Amor.





Ni

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Quão bom é amar...

Quão bom é amar...
Respirar e inspirar...
Oxigenar cada célula com amor...
Sentir o carinho a pulsar em cada sístole...,
Cada vez mais forte, como o sentir...
Tentar controlar o pensamento em cada diástole,
Deixar o sentimento sorrir...
Sentir todo o meu ser sentir,
Da alma ao coração...,
Entranhado mim...!
É tão bom amar...
É uma felicidade imensa,
Indescritível de tão intensa...
Ser feliz, sem ser sonho...
Intrinsecamente feliz...
Feliz por ter amor no coração...
Quão bom é amar...!





Ni

sábado, 30 de março de 2013

O que posso fazer para Te agradecer?!


Morreste por mim
E mal sei olhar para Ti...

Caminhava para Cruz,
Com o balanço perfeito do escuro e da luz,
Cantava, rezava...
Com pequenos passos me aproximava...
E sem saber explicar
Deixo de conseguir cantar...
O silêncio sussurrou,
Num grito calmo que se entranhou...
As pernas começaram a tremer,
Os olhos a humedecer,
As mãos a transpirar o frio
E quando junto a Ti...
Quebraste o vazio.
Ajoelhei-me...
E fiquei ali...
Contigo!
Comigo!
Mas mal sabia olhar-Te.
Senti a minha fragilidade
Em toda a Tua bondade...
Senti-me tão pequena
Na Vida que tornaste eterna...

Morreste por mim
E mal sei olhar para Ti...
Senhor, o que posso fazer
Para uma vez, um dia..., Te agradecer?









Ni

sábado, 23 de março de 2013

Fugiu a minha "poesia"

Fugiu a minha "poesia"...
Parece que evaporou a magia
Pelos (poucos) poros da imaginação...
Silenciou-se o coração
Com a dor da saudade
E, ainda assim...,
Pelo Amor não ter fim,
Tinha um sorriso vestido só de felicidade.

Os dias em que não escrevo não são meus
Porque neles não me encontro...
São uma espécie disfarçada de adeus
Aos versos que guardo dentro...
E assim foge a "poesia",
Nestes dias sem magia,
Pela distância do sentir,
Por ter de pedir ao coração para sorrir...






Ni

sábado, 9 de março de 2013

Dia de deserto...

Percebo o deserto dos dias num dia de deserto.


Confesso, nesta minha dificuldade de o fazer, que me encontrei no deserto...
Encontrei-me no deserto dos dias em que corro e faço, irracionalmente, correr de forma tangente à banalidade.
Reconheci-me no andar direito e (in)seguro rumo ao recanto de oração, lá no fundo, passando, conscientemente ao lado do espaço de reconciliação. Reconheci-me neste desperdiçar de oportunidades... Achei que seria capaz no caminho de volta...
Encontrei-me ali, no deserto..., naquele canto deserto de solidão, de pressa. Parei e (re)conheci-me...
Ajoelhei-me e pensei rezar... Depois acho que rezei sem pensar. No Teu corpo ali suspenso a preencher o ar que respirava, na Tua eterna presença como alimento e sustento, vi toda a minha Vida.
Agradeci cada dia, reclamei como todos os dias... Eu gritava e Tu sussurravas. Fixaste o meu olhar num silêncio (en)cantado. Estava ali... eu e Tu... num deserto feito oásis. Sorri... e chorei... Senti-me deserta do medo de aceitar todo o Teu Amor e agradeci-Te, no meu jeito tão imperfeito e resumido: Obrigada por tudo o que és em mim.





Ni

quarta-feira, 6 de março de 2013

Porta entreaberta

Recordo os anos a parecer sem fim...
De esperar a felicidade chegar...
E lembro-me, triste, pensar
Que já não era para mim.
Mas não tive coragem, nem assim...,
De abandonar-me e desistir...
E, numa esperança, (in)certa,
Deixei a porta dos sonhos entreaberta...
Um dia, dei por mim a sorrir...
Era o amor a entrar...
Passos seguros, com uma pressa devagar...
E a ensinar-me a sentir...,
A mim, pequena aprendiz
A ser feliz...!






Ni

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Síndrome de abstinência

Diagnostico em mim síndrome de abstinência...
Depois de uma história clínica detalhada
Percebo que se deve "apenas" à ausência...
Pela reconhecida obrigatoriedade,
Pela vida forçada...
Mas que ainda assim faz doer...
Doer pela saudade,
Que rebelde faz sofrer.
E recuso-me a tirar as aspas do "apenas"
Porque nada têm de pequenas
As horas em que não sinto,
Em que é sonho o que pressinto...,
Porque a ausência existe,
E teimosa persiste...
Agudizando os sintomas de dor
Tornando tão sentido o Amor.





Ni

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Abaixo-assinado

Vou fazer um abaixo-assinado...
Pedir ao mundo para inventar
Palavras para melhor dizer
A beleza de amar...
Não exijo tamanho determinado...
Em cada uma só tem de (não) caber,
E de sentido transbordar,
Este sentir sempre maior
Deste tão forte e belo amor.

...
E se o abaixo-assinado não chegar
E o mundo não ceder...
A falta de palavras não há-de vencer...
Eu hei-de continuar a tentar
Descrever o meu coração a transbordar,
Com um sorriso... sempre!...
Com as palavras de sempre...
Dizer que este sentimento cada vez maior
É Amor...






Ni

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Não sei dizer quanto é o amor...

Não sei dizer quanto é o amor...
O meu amor está sempre a crescer...
É a cada segundo maior...
É por isso impossível de (d)escrever.
Só sei que é de mim o melhor...
Por maior que seja o mundo
Este amor não cabe...
É tão belo quanto profundo,
É eterno mesmo que o tempo acabe.
Talvez seja amor por ser assim:
Intenso e sem fim...
Quase todo meio louco,
Onde o muito que possa dar
É seguramente pouco...
Do tanto que quero por amar.
Não sei dizer quanto é o amor...





Ni

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dia da visita

Para mim foi hoje o "dia da visita". Não pude no dia proposto, mas decidi dar ao desafio a longevidade que merece... e deixei que aquele "hoje" fosse também ainda hoje.
Entrei, numa das enfermarias que tantas vezes percorri, mas, desta vez sem bata, sem estetoscópio... Senti-me logo aí desprotegida, sem a ciência a mascarar palavras e o sentir. Ainda assim arrisquei. Conhecia o significado de portas não entreabertas, mas sim, semi-fechadas..., que guardam o silêncio, a solidão e o sofrimento e, tantas vezes, o mau prognóstico.
Entrei, devagar. Perguntei se podia, sem saber quem estava e se haveria resposta. Uma voz que a dor destorcia, disse, tão depressa quanto arrastada: "Oh meu Deus... obrigada! Eu sabia que viria ver-me."
Arrepiei-me.
Aquela voz que não estava a conhecer fez-se ouvir cá dentro. Não era a primeira vez...
Em passos pequenos fui entrando... Aquele rosto, que já conheci envelhecido, doente, mas confiante da Vida, estava ainda mais marcado por cada uma destas coisas...
Nunca imaginei. As "contas" da ciência estavam erradas...
Mas estava ali..., num fio quase invisível de vida.
"Eu sabia que vinha ver-me..."
Disse-lhe que foi coincidência, que hoje tinha destinado um bocadinho do meu tempo para visitar alguém e que não sabia que ali estava...
E num longo e esforçado falar, cada vez mais baixo , mas com um arrepiante sorriso cada vez mais forte, disse-me: "Em Deus não há coincidências, há milagres e coisas bonitas a acontecer.
...
Eu sabia que viria ver-me. Obrigada.
Continue...
...
Se puder, fique mais um bocadinho..."
E fiquei... até a Vida (re)começar (?).








Às vezes, não percebo mesmo nada dos planos de Deus...


Ni

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mesmo sem jeito...

Os dias passam...
E eu sinto saudades de escrever...
Sei que as palavras não fugiram,
Porque as guardo no coração,
Mas, hoje, mesmo assim,
Com este jeito tão imperfeito,
Não consegui contê-las só em mim
E arrisco dizer,
Com receio do efeito:
Gosto tanto que não sei dizer...
Amo (mesmo sem jeito)!





Ni

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Gaivotas de sonho(s)

Sentei-me, parei..., deixei o sol beijar a alma, e o sentir escreveu-se assim...



Pairam as gaivotas sobre a ria
Numa dança de admirar,
Falam como quem canta
Livres do medo de desafinar...
Com(o) elas voa o meu sonho
Alto, a flutuar sobre a ria,
Neste recanto que encanta...,
Paira livre, leve, solto...,
Neste grito sem medo,
Neste silêncio, em segredo,
Voa... Voo...
Vou no sonho de sonhar
Continuar feliz só por amar.






Ni

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Obviamente, "Cão"!

Entrou a chorar. Compreendi depois de duas vacinas. Vinha de mão dada com o mimo da mãe e ao colo trazia a amizade incondicional do seu cão. Era um peluche..., mas só eu é que via assim.
Perguntei àquele menino como se chamava aquele inseparável amigo, que secava as lágrimas, segurava a chupeta e limpava o nariz. Obviamente, "Cão"!
O "Cão" consolou o menino, enquanto eu disfarçava o inevitável seguir da consulta, com as primeiras perguntas. ... Mas o pegar no estetoscópio ameaçou uma tempestade de lágrimas e gritos que a mãe disse conhecer.
Pois bem, o "Cão" passou a ser também o meu melhor amigo. Auscultei o "Cão" (e o "Ruca" da camisola), vi-lhe os ouvidos e garganta, fiz-lhe "cócegas na barriga"... Enfim, sorte a minha em o "Cão" não se queixar. Consegui, nesta espécie de duas consultas, que aquele menino pela primeira vez não chorasse.
No fim, antes de sair a correr com as suas sapatilhas do "Faísca Mcqueen", consegui que os dois me dissessem adeus e até um beijinho, primeiro, claro, do "Cão" e só depois do pequenino.





Ni

domingo, 20 de janeiro de 2013

Estou a aprender a amar...

Aprendo cada dia a sentir
Que o tempo passa como eterna novidade
E que leva e traz a saudade
Sem dar espaço à razão para existir...

Aprendo que o coração sente a distância
Como a dor intratável da ausência
Do olhar que não se vê,
Da voz que não se ouve,
Da pele que não se toca,
Do abraço que não se troca...,
Do silêncio (en)cantado
Em cada sorriso partilhado.

Aprendo que tenho de aprender
Que nunca mais que isto vou perceber...
E que basta, feliz, aceitar
Que estou a aprender a amar.





Ni

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cores da imaginação

De olhos fixos no nada
Roubo à luz apagada
Todas as cores da imaginação:
O vermelho-rosa apaixonado do coração...,
O azul-cinzento do céu a pintar o mar...,
O amarelo-laranja do sol a brilhar...,
O lilás-anilado do passarinho que voa e dança...,
O castanho-verde dos montes de esperança...
E é neste branco escuro que pinto
Tudo quanto sinto
Simplesmente Amor...





Ni

domingo, 6 de janeiro de 2013

O tempo anda sempre ao contrário...

O tempo anda sempre ao contrário...
Nunca dança ao som do bater do coração...
Soubesse ao menos ser como a razão:
Calcular cada segundo vazio,
Conhecendo a dor deste frio,
E invertendo o triste resultado
Com grandeza do presente passado
E elevar cada sorriso à eternidade
Sendo a base da potência a felicidade,
Quando o tempo passa sem pedir
Ébrio pelo prazer de sentir
Todo o tempo que é Amor.






Ni