Estava sentada no banco à espera do meu comboio… Ainda vinha longe e o dia, longo mas ocupado, exigia que fosse estudando. Mesmo com preguiça lá deixo os olhos pousar nas primeiras folhas. Eis que um homem me pergunta para que leio… Olho-o mas não respondo… não por não ter a certeza das respostas, mas porque achei que ele não estava interessado. Minto. Porque não o queria ver mais.
Não tinha ar de mau, nem antipático… tinha mau ar.
Não esperou muito para se sentar ao meu lado, fazer-me fechar o dossier e esvaziar, de pessoas, o resto do banco.
Pediu desculpa… que não queria incomodar… mas que há muitos anos que mete conversa com quem vê estudar. Perguntou-me qual a minha área e pareceu satisfeito com a resposta. Achou alto que eu nunca devia estar na situação dele.
Disse que era engenheiro de máquinas. Falava de leis de física (eu só conhecia algumas) e do trabalho da guerra. Emitiu o barulho das máquinas que ouvia durante tempos sem fim e, quando passou mais um comboio, eu percebi o porquê de gostar de ir para a estação. Falou com orgulho dos filhos e envergonhou o sol.
Eu sentia-me a enterrar no banco, a ficar presa à vontade de o olhar e de crescer com mais um sorriso… Sim, aquele senhor sorria!
Eu tinha de ir… pedi desculpa, mas estava na hora de apanhar o comboio.
Ele agradeceu e disse que ainda esperava pelo próximo comboio… da vida.
Não tinha ar de mau, nem antipático… tinha mau ar.
Não esperou muito para se sentar ao meu lado, fazer-me fechar o dossier e esvaziar, de pessoas, o resto do banco.
Pediu desculpa… que não queria incomodar… mas que há muitos anos que mete conversa com quem vê estudar. Perguntou-me qual a minha área e pareceu satisfeito com a resposta. Achou alto que eu nunca devia estar na situação dele.
Disse que era engenheiro de máquinas. Falava de leis de física (eu só conhecia algumas) e do trabalho da guerra. Emitiu o barulho das máquinas que ouvia durante tempos sem fim e, quando passou mais um comboio, eu percebi o porquê de gostar de ir para a estação. Falou com orgulho dos filhos e envergonhou o sol.
Eu sentia-me a enterrar no banco, a ficar presa à vontade de o olhar e de crescer com mais um sorriso… Sim, aquele senhor sorria!
Eu tinha de ir… pedi desculpa, mas estava na hora de apanhar o comboio.
Ele agradeceu e disse que ainda esperava pelo próximo comboio… da vida.
7 comentários:
e a vida traz-nos destes encontros...em cada estação!!!!
saibamos aproveitá-los!!!!!
Bjkas!!!
Em alguma altura da vida, todos nós fomos já traidos pelas aparências.
Lições de vida!
R.I.
Quantos de nós têm imenso para dar e continuam à espera do próximo comboio... embora embelezando a vida de outros?!
Nesta viagem da vida, apanhamos tanto combóio...às vezes encontramo-nos em certas estações...
É na baía que o mar
Adormece em maresia
Acalma a sua fúria
Em sal de nostalgia
Boa semana
Doce beijo
As aparências às vezes iludem tanto...
Beijo
Concordo com a minerva... Aqui está um excelente exemplo de como as aparências iludem!... Deveriamos olhar para todos os seres pelo que eles são e não pelo que aparentam ser...
Este episódio da tua vida dá mesmo que pensar.
Beijo grande
Gostei de ler:)
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA...)
Enviar um comentário