quarta-feira, 3 de setembro de 2008

continuarei a acreditar

Não vou sequer tentar disfarçar… Estou triste. Mesmo triste. Talvez passe um dia. Hoje preciso de chorar. Libertar qualquer coisa. Já não sei se preciso de falar e/ou escrever. Preciso de mandar esta coisa que desassossega para o fim do mundo que não conheço.
Devo ter perdido a expressão do carinho.
Tentei tudo, é verdade, às vezes sem grandes palavras e com gestos toscos, mas foi com um carinho enorme. Tentei até não chorar. Achei que com essa força poderia ser maior. Não é verdade.
O nosso coração não constrói as atitudes com etiquetas e talvez seja por isso que não são percebidas como são soltas. Percebo que o erro do coração é não resistir à preocupação e achar que bate sempre certo mesmo quando luta contra ele e o sistema nervoso. O que é que interessa? Erra e pronto.
A distância das palavras, que aumenta à medida que estas diminuem, de forma talvez não calculada mas inversamente proporcional, torna nítido tudo isto. O silêncio puxa o pano branco de uma placa inscrita pelo passado recente. Tento desvendar os sinais. A alma lê “Ridiculamente inútil”.
Achei sempre que era muito racional. Sabia que era espontânea e que para entregar uma parte de mim bastava que imaginasse um sorriso, mesmo que meio escondido ou um bocadinho triste. O sorriso de alguém triste é um tesouro… é uma conquista de amor. Sempre pensei que sentir fazia crescer a razão. Mostrava-lhe um lado que a tornava especial… maior.
Hoje, irrita-me, porque parece alegrar-me numa espécie esperança, que a razão ou o carinho, ou a razão do carinho… ou quer que seja, não me ensine a cruzar os braços e a dormir como se o dia tivesse nascido outro.
Acho que é possível algo mais… depois de tanto, a tristeza não pode vencer, mas já não sei se sou capaz de acreditar que só o que sinto basta.
Sei que, sem saber como lutar e ser, continuarei aqui, a acreditar.


7 comentários:

Cris disse...

Hoje não tenho forças para te puxar para cima. Talvez seja melhor chorar contigo. Pode ser que encontremos as duas algum conforto nisso.

CarlaSofia disse...

Mas não deixes nunca de acreditar e sorri mesmo que seja um sorriso triste.
beijinhos

silvino disse...

parece q se esgotou a vontade. recarregar baterias, q nem telemóvel, na fonte de energia q é o espirito de deus. faz desse desejo a tua oração. e deixa o resto por conta dele. aconselho, por experiencia propria(:

Anónimo disse...

Vai atrás...se o fado te chama e na distância se mostra mais capaz...não há razão que o coração não desconheça e nas palavras reluz...
Se estiver enganada perdoa...
Mas desconfio que a distância tornou mais saliente esse teu sentir, e a partida que não o acalma tornou-o mais visivel...afinal, alguém sentiu...

Desculpa mais uma vez que estiver enganada...

Adoro-te muito

Beijinhos...e luta!

Anónimo disse...

Olha sou eu outra vez Ni!
Não sei se és destas coisas...mas eu gostava muito de te oferecer um award como gesto de amizade e de admiração pela tua sensibilidade e modo de escrita.
Caso aceites, é só ires busca-lo ao fim do meu blog, esta lá num cantinho à tua espera!

Beijokinhas.

joaquim disse...

Ó Ni, que te hei-de dizer?

Sabes, chorar faz bem, alivia, esgota e muitas vezes depois vem a calma, a paz, e com elas o discernimento.

Apesar de não te conhecer pessoalmente, o meu coração entristece-se ao sentir-te triste à procura do caminho.

Mas o caminho está aí, mesmo à tua frente, e se calhar ainda não o viste porque ainda não abriste totalmente os olhos do coração, ainda não deste o salto que deu o cego Bartimeu:

«E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.» Mc 10,50

«Levanta-te e anda», toma a vida sobre os ombros e pede a Cristo que seja o teu Cireneu, e confia, e espera, e agradece louvando, pelos momentos menos bons que estás passando.

Eu faço o que posso: Rezo por ti!

Abraço muito amigo em Cristo

Anónimo disse...

necessario verificar:)