Olá ‘vô. Era sempre assim que o cumprimentava quando chegava antes de lhe dar os beijinhos.
Nunca falei disto… mas, sabe, tenho saudades suas. Já são tantas. Tantos anos já passaram… ainda nem andava no secundário. E este tempo não passa assim tão a correr.
Vou percebendo como há coisas que não se repetem.
Era tão bom ir para lá… Não gostava das curvas do caminho, chegava sempre mal disposta… mas uns minutos bastavam para passar. Estava sempre bem disposto. Não gostava do mundo lá fora mas estava sempre bem disposto.
Lembro os momentos cá fora sentados no passeio. Da última vez que me sentei lá… não fui capaz de o fazer no mesmo sítio… E já passou tanto tempo.
Fazíamos asneiras. Consigo aprendi a atirar pedrinhas com uma fisga…
Tenho saudades até do pão com chouriço… Voltei há uns dias a comer… pedi à minha mãe para arranjar (não era só mimo… não quis ser eu a fazer) e não é igual. Era sempre o que comia e para os seus almoços não faltava a fome… Se faltasse só o cheirinho inventava-a. Nunca contou os segredos. O bacalhau, os rissóis (eram sempre os melhores rissóis das visitas de estudo), as batatas fritas nas panelas de ferro, a aletria que todos tentam e ninguém consegue… Tantas coisas, ‘vô.
Aquele banquinho à lareira que todos queríamos quando por momentos se levantava… agora está vazio… sempre.
Nunca falei disto… mas, sabe, tenho saudades suas. Já são tantas. Tantos anos já passaram… ainda nem andava no secundário. E este tempo não passa assim tão a correr.
Vou percebendo como há coisas que não se repetem.
Era tão bom ir para lá… Não gostava das curvas do caminho, chegava sempre mal disposta… mas uns minutos bastavam para passar. Estava sempre bem disposto. Não gostava do mundo lá fora mas estava sempre bem disposto.
Lembro os momentos cá fora sentados no passeio. Da última vez que me sentei lá… não fui capaz de o fazer no mesmo sítio… E já passou tanto tempo.
Fazíamos asneiras. Consigo aprendi a atirar pedrinhas com uma fisga…
Tenho saudades até do pão com chouriço… Voltei há uns dias a comer… pedi à minha mãe para arranjar (não era só mimo… não quis ser eu a fazer) e não é igual. Era sempre o que comia e para os seus almoços não faltava a fome… Se faltasse só o cheirinho inventava-a. Nunca contou os segredos. O bacalhau, os rissóis (eram sempre os melhores rissóis das visitas de estudo), as batatas fritas nas panelas de ferro, a aletria que todos tentam e ninguém consegue… Tantas coisas, ‘vô.
Aquele banquinho à lareira que todos queríamos quando por momentos se levantava… agora está vazio… sempre.
Nunca o chamei padrinho… Os meus irmãos chamavam-lhe avô e eu habituei-me assim. Mas um dia riu-se… não consegui abrir a porta do barracão e aí bem que berrei “padrinho”.
Olhe… estudo em Coimbra. Percebo agora porque falava dos seus tempos aqui. Tem encanto mesmo. Estamos todos iguais. Eu e os meus irmãos… tal como antes. Continuamos com as nossas diferenças. Mas estamos lindos. Continuamos a fazer asneiras, às vezes outras, outras vezes as mesmas… Acho que temos todos um bocadinho de si. O feitio, a alegria, o jeito… Sei lá… A avó vai andando. Não tem um feitio fácil, já o avô dizia… Mas tenho a certeza que tem saudades suas. Está bem. A minha mãe e a minha tia estão bem também. A minha mãe está quase a reformar-se e a Eduarda anda às voltas com os papéis e reuniões dos professores. Nem vale a pena dizer mais… Já deve ter “gozado” com a situação mil vezes. Os seus genros (os seus queridos genros) continuam a falar de si com admiração. Cada um ao seu jeito… diferente, mas lindo. Os pequeninos… já estão grandes. A Diana está linda! Cresceu tanto. Até já manda daquelas bocas giras e disfarça. O Bernardo já não é mais bebé pachorrento. Só faz asneiras. Mas é tão meigo quanto estarola. “É um bom puto”, diz muita gente. É fácil gostar-se dele. E há o Rodrigo. É mais pequenino… que já não é assim tão pequeno. É giro. Consegue tudo o quer com aquele olhar e jeito de amuar. É simpático. Também faz a sua boa parte de asneiras. ... O que estou a fazer? Conhece-nos a todos.
Oh ‘vô, acho que até os jornalistas têm saudades suas… Despedia-se sempre quando davam por terminado o telejornal.
Olhe… estou a olhar para a lareira aqui de Coimbra, já não sei se choro se sorrio… acho que só queria dizer-lhe aquilo que em criança disse sem palavras: Gosto de si.
6 comentários:
Um texto muito bonito, parabéns! As memórias fazem parte de nós como lugares de abrigo onde podemos sempre voltar.É importante voltar lá muitas vezes, encontramo-nos em coisas fundamentais. Bom fim de semana =)
:')
(brasa)
Que lindo texto de "visita" ao avô! Que bom ter essas recordações! Dão força, dão sorrisos e só a saudade faz brotar a lágrima. Mas ele sabe que estão todos bem e mais crescidos. Ele vê com certeza!
Um xi grande!
Cris (Mahinder Kaur)
A presença ...forte...linda...
aconchegante dos que amámos...e, que porque muito os amámos, nunca morrem...
Ni, que Vida tens dentro de ti!Obrigada por todos os bocadinhos dela que vais partilhando connosco... Glória
Há memorias boas de recordar...apesar do paerto que trazem no peito...
são boas de lembrar...
beijo enorme e força... ate a mim me deu vontade de ter um 'vô' assim =D...infelizmente nao pude disfrutar das mesmas memorias que tu...nao cheguei a conhecer os meus avôs... =D
beijo grande
adr-t
Neia
Também tenho muitas saudades do meu avô.
Deixo-te aqui um beijinho de LUZ
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