sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

entre entranhas

Estranho-me quando me entranho…
Há em mim o que não meu.
Mas encontro-me quando me procuro… assim…
Enrosco-me sobre mim
Tento sentir tudo o que me pertence.
A cabeça (des)cansa (n)os joelhos,
Os braços puxam-nos para o coração,
As mãos protegem-se, acalmam-se…
As frases soltam-se,
As perguntas confundem as lágrimas.
Não esperam respostas…
Têm medo das palavras…
Sinto-me mais leve…
Voo e volto.
As perguntas não param…
Gritam por todas as que se esqueceram
E esperam à porta da alma.
Não saem…
Pressentem o frio, talvez a solidão.
Acham-se estranhas,
Não sei se vazias…
Afinal, talvez precisem das respostas…
Eu, não as quero…
Só preciso de um abraço!


4 comentários:

Filipa disse...

Se pudesse enchia-te de abraços! sei bem o que sentes no fundo somos parecidas! desejo-te toda a força do mundo e pensa: neste exacto momento que te estou a abraçar! teu coração ficará mais leve e teus olhos mais brilhantes e teus labios a sorrir!!!
beijinho estou contigo onde estiveres...

monge disse...

olá ni

esta vida, por si, é, desde logo, um lugar estranho ... onde não há beleza perfeita. por vezes, sentimo-nos a viver num corpo estranho, onde, quando cerramos as pálpebras e choramos, é que sentimos algum sopro de vida. a ideia que fazemos de nós não passa de um conceito ... mas é aí que reside aquilo que resta de nós, o que temos de buscar incessantemente, o que, sem angústias, encontramos quando nos procuramos.
desafogada maneira de sentir

abraço, forte

monge

avelaneiraflorida disse...

E mais um abraço, NI!!!!
e muitos mais...para que encontres as respostas de que precisas!!!

E bjkas, também!!!

Marta Sousa disse...

Fiquei bastante impressionada quando li o poema. Está bastante simples e ao mesmo tempo com uma mensagem bastante profunda. E as perguntas raramente confundem as lágrimas...diria que são a nascente do "mar salgado" de nossos olhos.