domingo, 26 de agosto de 2007

Como?

Como é ridículo ter a felicidade em nós… ser felicidade… e não dar por isso… Não discernir que ser feliz não é característica nem carácter… Que, afinal, ser feliz não é intrínseco de quem vive.
Como é que nunca se pensa assim enquanto se é feliz?
A felicidade não ocupa espaço nem tempo… Transforma-se em tudo isto sem esforço. E, sem chamar a razão, faz crer que vai ficar…
Enquanto existe, é protagonista de silêncios de sorrisos, de momentos, de instantes… seguidos… muitos…. Não diz o nome, não se apresenta de outra forma sem ser aliada à, igualmente discreta, tranquilidade.
Mas… quando o tempo dela(s) acaba, acaba também a capacidade de viver sem ir ao fundo de nós… de viver sem constatar o espaço vazio e o tempo antes fácil de passar.
É, quando se percebe tudo isto, quando o sentir não se mostra em rostos de felicidade, que se exige o talento de habitução à triste marcada ausência de ser e, mesmo assim, ser feliz.

2 comentários:

SC disse...

Como dizia Amalia Bautista:

"Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltámos a enganar."

Elsa Sequeira disse...

È preciso tão pouco para se ser feliz...nós é que costumamos complicar tudo!

bjt