terça-feira, 10 de julho de 2007

Tudo...e nada passa.

Um dia disseram-me: "Tudo passa".
Quis acreditar que era verdade. Hoje, sei que era ilusão.
O tempo atenua, ensina a controlar manifestações, molda-nos à(s) realidade(s) que ele solidifica, mas não leva nada do que um dia nos deu.
Na verdade, nada passa. Tudo fica. Nós é que passamos pelas coisas, mais ou menos ansiosos que acabem, recomecem ou, simplesmente, mudem (talvez não muito).
Vamos guardando cada uma delas onde o tempo permite e nós nos conseguimos acomodar.
No corpo ficam marcas, cansaço... na alma recordações e no coração, num fundo estranho por tantas vezes ser superfície, ficam as pessoas com sorrisos e/ou lágrimas agarradas.
Confundem-me as diferentes marcas, quando os momentos passados são os mesmos... e o fundo do coração, só se conhece o nosso.
Há momentos em que acho que dói sentir escorregar entre os dedos aquilo que um dia pensei estar nas minhas mãos.
Sorrio, quando percebo que meu é apenas o que guardo e que nunca vou querer esquecer, nem entregar ao tempo... que passa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Misto de ":'(" e ":)"...