Perguntei àquele menino como se chamava aquele inseparável amigo, que secava as lágrimas, segurava a chupeta e limpava o nariz. Obviamente, "Cão"!
O "Cão" consolou o menino, enquanto eu disfarçava o inevitável seguir da consulta, com as primeiras perguntas. ... Mas o pegar no estetoscópio ameaçou uma tempestade de lágrimas e gritos que a mãe disse conhecer.
Pois bem, o "Cão" passou a ser também o meu melhor amigo. Auscultei o "Cão" (e o "Ruca" da camisola), vi-lhe os ouvidos e garganta, fiz-lhe "cócegas na barriga"... Enfim, sorte a minha em o "Cão" não se queixar. Consegui, nesta espécie de duas consultas, que aquele menino pela primeira vez não chorasse.
No fim, antes de sair a correr com as suas sapatilhas do "Faísca Mcqueen", consegui que os dois me dissessem adeus e até um beijinho, primeiro, claro, do "Cão" e só depois do pequenino.
Ni
6 comentários:
Fantástica a forma como vives a profissão (ou direi melhor vocação?!) e fantástica a forma como escreves! Obrigado pelas duas coisas que fazes tão bem.
Fico sem palavras. Quanto à profissão ou vocação, gosto de as sentir e viver assim, numa junção em que não se (re)conhecem limites.
Já a escrita... eu delicio-me com a sua.
Obrigada!
Lindo Ni sem duvida, não conseguimos mudar o mundo mas marcamos pela diferença... Diferença entre quem exerce a profissão que gosta e os que o fazem só porque têm medias para entrar! beijinhos
Parabéns Ni, porque vives uma verdadeira vocação como médica.
Não estás ali para "atender" pessoas, mas para ajudar irmãos.
É, a medicina é tudo isso e muito mais.
E, claro, gostei de ler, como sempre!
Olá. Carla e Joaquim, muito obrigada pelas vossas palavras. Tento... Só sei que tento ser... e ser cada vez melhor e mais capaz.
...eu penso que não somos
nós a escolher a profissão,
e sim somos escolhidos
por ela, e nesse caso
aqui, vejo que a medicina
fez uma bela escolha quando
percebeu a sua alma linda!
parabéns pela sensibilidade
ao entrar na fantasia do
menino e seu cãozinho
amigo!
bj
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