Escrevo porque quando tento dizer-Te algo Tu falas comigo e lá se vai tudo o que tinha pensado dizer-Te.
Não são monólogos o que quero, mas deixa-me chutar todas as perguntas. Algumas vão parecer zangadas, revoltas… mas são apenas tristes.
Pedi-Te sempre para me ajudares a perceber o que era certo, ouvia-Te e tal e qual como sussurravas eu fazia. Porque estava errado? Estava mesmo? Se não estava que presente é este sem futuro bonito à frente? Não… não era imaginação minha, não era a minha vontade a falar, não era a minha esperança… era também a Tua vontade, a Tua certeza num sussurro firme e doce. Não percebo. Desculpa, mas não é justo. Tu sabes.
Sabes?! Acho que afinal não tenho mais perguntas.
Afinal não são muitas mas são grandes…
Estou triste.
Deito-me todas as noite a pensar que vou rezar-Te, pedir-Te que me ajudes nestes dias difíceis, que me ajudes a concentrar, estudar, acalmar… e basta começar a falar contigo para me soltares as lágrimas do dia inteiro, para me desabotoares o peito e deixares fugir o coração da alma e receberes todos os meus pedidos… que já não se lembram de exames e coisas, mas sim das pessoas e pedir-Te inteiro para elas. E é por isto que não percebo. Tu sorris quando falamos assim, ficas tão contente quando Te peço para os outros… e agora… Agora olho para as pessoas e não Te vejo. Não reconheço as pessoas. Não (as) percebo. Dói. Onde estás? Não Te reconheço no desprezo, nas palavras que doem, na ausência…
Olha, por favor, continua a falar comigo, a ouvir-me e a ajudar-me a rezar melhor pelos que amo.
Não. Eu não vou desistir das pessoas, de gostar. Ensinas-me assim.
Sê, no coração das pessoas, o maior tesouro Vivo e ajuda a partilhar-Te em cada gesto.
