segunda-feira, 31 de março de 2008

meu Deus perfeito

Confesso, preciso de um deus que pensei perfeito.
Um deus que fale comigo, que sustente os meus monólogos e que complete mais diálogos. Um deus que não precisa de ser grande… quero-o pequeno, não para o bolso, mas para poder escolher um lugar meu e não causar estragos. Quero um deus que lute pelos seus ideais e pelas minhas causas de igual maneira. Não preciso que todos acreditem… preciso só que ele acredite em mim. Quero um deus não humano, mas que abrace e me aconchegue… que me proteja sem mentir. Não peço que caminhe por mim, nem que não me deixe cair… quero apenas que caminhe comigo e me ajude a levantar.
Um deus que me ensine a não desistir só porque nunca desistirá de mim.
E porque sei que mesmo assim vou errar, anseio um deus que não censure, que perdoe. Um deus que me conheça e me aceite.
É a perfeição, eu sei… mas Tu, meu Deus, és assim… eu só Te quero sempre mais perto.


sábado, 29 de março de 2008

medo inquietante

Julguei sentir medo… Medo de estar no mundo a caminhar em sentido contrário à vida… e de quando nos encontramos não nos seduzirmos a parar um pouco.


quarta-feira, 26 de março de 2008

balanço da alma

Os dias passam, espero a noite para me adormecer. Não sei sentir… e no escuro parece mais fácil chorar. Tropeço no que não consigo anestesiar e magoo-me porque teimo em não esquecer.
As lágrimas, aquelas gotinhas pequeninas, de sabor único, caem no peito já dorido. Parece que afogam as palavras... Já não falam mais alto… já não se soltam só porque sim, nem, tão pouco, quando já se apertam para caber todas no silêncio.
Respirar fundo é um exercício de esforço… o coração nunca fica confortável. Ora o ar o parece expulsar e rebentar em mil pedaços, ora o abandona e o deixa sem amortecedor para quedas.
A alma balança nos vértices de um triângulo quase redondo… algo semelhante a um mundo com pontas soltas. Recorda os tempos em que pensar e sentir era equilíbrio possível, pensa que sentir dói e sente que pensar sem razão é insulto à lógica de ser feliz.
Achava que as recordações eram suporte da eternidade e não a única maneira de eternizar o que sonhado era sempre presente.
Pensei em dias para libertar as palavras, dar espaço ao coração para crescer, acalmar, sorrir… e voltar. Os dias eram outros, não aconteceram… Hoje o tempo mudou(-me)… e eu sei que não terei palavras, mas medo do olhar desfocado a pedir um abraço… aquele que, para além de esperança, inventou esta saudade.




terça-feira, 25 de março de 2008

Tempo de (in)sanidade

Magoada por este mundo sob cronómetro, que me impinge a insanidade. Nunca assume que não tem tempo e vai dizendo que é apenas uma fase. Massacra-me na corrida por um tempinho sem ponteiros porque controla o sonho da imaginação feliz.
Chego ao fim. Leve, livre… com tempo para (con)sentir.
Era gozo.
Afinal, parto cansada para mais uma fase de sonho falhado.



domingo, 23 de março de 2008

Chegámos... É Páscoa!

Caminhei, não posso dizer que sem parar, mas sinto que caminhei sempre. Não pelo cansaço, mas porque em todo o tempo cresci.
Parei talvez quando me senti mais perto... Acreditei que podia abraçar-Te. Percebia que estava errada quando o coração batia forte. Ainda não era altura... Ainda querias mostrar-me (a)o mundo... Ainda havia mais para mudar: não os gestos, mas a doçura das mãos, não os pensamentos, mas os sentimentos, não o que via, mas o olhar... não os outros, mas eu.
Queria fazer tudo a correr, na ânsia de sentir, mas ias acalmando os meus passos.
O tempo passava, ias sendo sinais, e eu sonhava acordar hoje.
Percebi-Te Vivo, em mim, quando o coração acalmou, eu sorri e sentimo-nos um.





Uma Páscoa Feliz... ao jeito d'Ele.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Soubesse ser retrato

Se soubesse desenhar,
Rabiscava uma pessoa...
Sem formas...
Sem predefinições,
Espalhava sorrisos.
Ia deliniando com esperança
E a acreditar que não morre,
Mas se molda.
Cada instante seria diferente,
Tão (in)sensível quanto perfeita.
Pedia a crianças para pintar.
Teria todas as cores do mundo...
Seria o retrato da Felicidade.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Pai - uma lição de vida

Há dias que nos acordam para o Amor...


Os pais lutam uma vida por uma vida cheia de tudo... e nós num dia pensamos na vida e pedimos-lhe para sempre o nosso pai.




segunda-feira, 17 de março de 2008

ouvir o que não se diz

Queria gritar baixinho, para todo o meu mundo ouvir… Mas falei tão dentro que acabei apenas por me ouvir naquilo que não se diz.


quinta-feira, 13 de março de 2008

Sinto

Não sou pessoa fácil,
Erro, choro e insisto...
Não sei ser sozinha,
Não aprendo a cair e parar...,
Não me conformo com o talvez do tempo
Nem me vejo apenas quando sorrio.

Não sou pessoa perfeita,
Magoo ao crescer,
Mudo ao aprender,
Cresço ao mudar
E recomeço num novo tentar...

Não sou pessoa grande,
Sofro com pouco
E sorrio com muito pouco.

Sou difícil, imperfeita e pequena
Mas pessoa...
Sinto,
Talvez estranho, profundo…
Entranho.
Sinto.






sorriso sozinho


Lutei por um sorriso… demorei tempo à procura do que, com perfeição, seria motivo mais que suficiente. Achei que havia datas, que por nunca esquecidas, seriam eternamente festejadas e alimentei o sorriso… Imaginei-o, ouvi-o, pintei-o… escrevi-o. Mas a perfeição perdeu-se no tempo, o sorriso não conheceu as expectativas e esqueceu-se de nascer. Quando só um luta, mais ninguém se pode magoar.


terça-feira, 11 de março de 2008

Voltei...

Voltei.
Voltei a sorrir por resultados nunca esperados e por uns dias longe dos dias (a)normais.
Redescobri que pessoas desconhecidas se podem tornar parte de momentos que não esquecemos. Pessoas que com tantas semelhanças se tornam diferentes e que, conhecendo a reduzida probabilidade de uma próxima ocasião, aproveitam todos os bocadinhos de partilha de sorrisos, brincadeiras e mútuo conhecimento.
Voltei a ter medo da distância e de voltar.
Voltei…


quinta-feira, 6 de março de 2008

Até... já

Isto de estar na faculdade para além de estudar, até dá trabalho, mas tem sem dúvida recompensas. Vou estar uns dias “fora”… Aplica-se bem a frase “lá fora cá dentro”.
Tudo parece muito animador, até dar por mim a pensar que, pior que não vir aqui, é não poder andar pelos vossos cantinhos.
É difícil, mas por aí consegue-se fazer crescer quem sentado, apenas lê, sente e é.
Até… já.


quarta-feira, 5 de março de 2008

Acreditar sem limites

Já há uns tempos que tinha visto este filme... mas há verdades que entristecem e fui guardando. Hoje, numa aula, recordei-o e não resisti. Alguém, enorme, sabia depender de tudo o que lhe estava a ser feito, de todos os procedimentos que estava a ser alvo, de todos os testes que tinha de sofrer... de todos os olhares passageiros à procura de mais um sinal... de todos os instrumentos frios a tocar-lhe a pele... e até da espera. Mas sabia que a objectividade da ciência é o maior dos seus limites e que o que lhe falta é acreditar...

terça-feira, 4 de março de 2008

inventem-se palavras

Às vezes não sei escrever-me… fico parada à espera que se inventem palavras e percebo que bastava dizer(-me) eu.