domingo, 4 de maio de 2008

Mãe... o teu dia...

Mãe, traí-te ao crescer. Às vezes, sinto que não cresci como sonhaste.
Sentias-te mais segura quando me vias adormecer, quando chorava para ouvires. Gostavas dos meus dias a falar e achaste que nunca me faltariam palavras, que a minha vida seria sempre fácil de contar, que os sentimentos teriam as palavras suficientes para tos descrever e que os pensamentos seguiriam os teus.
Mas cresci diferente… Às vezes, sem palavras.
Aprendi com o teu olhar que as minhas preocupações aumentam em ti e torna-se difícil contar-te os dias tristes. Os teus pensamentos guiaram os meus, dando-lhes asas para voar mais alto, e agora não percebes porque há pontos que vejo diferentes.
Porque és mãe, ensinaste-me o amor sem nunca lhe dares nome… querias que o descobrisse em ti. Foi assim que aprendi a misturar as palavras nos gestos, a não baptizar as coisas, mas, com sentimento, dar-lhes vida.
Porque sei que julgas o silêncio como frio de sentir, peço todos os dias a Deus, que a cada gesto meu, te faça acreditar que gosto de ti.


Há dias de muitos dias… Há dias de vidas inteiras… Mas há vidas inteiras sem um dia.
A vida deu-te um dia, porque todos os dias és vida.
O teu dia, Mãe, é HOJE.


4 comentários:

De dentro pra fora disse...

Um dia ELA deu-te vida, e por ti daria a vida inteira...
Isto é uma certeza de mãe...
que espero venhas a sentir,.. quem sabe um DIA..

Elsa Sequeira disse...

O Amor de mãe é inesgotável, acredita, linda!!!

Coração lindoooooooooooo!!

bjtssss

monge disse...

Bonito hino de amor.
Palavras carinhosas, porque palavras sentidas. Guarda-as para ti, dentro de ti, e partilha-as todos os dias para que ecoem nos ouvidos de quem merece ouvi-las.

1/4 de Fada disse...

As mães não criam os filhos para elas, mas sim para eles próprios, para o mundo. Pelo menos deveria ser assim. Reflecti-me muito na sua carta, como mãe, porque sinto muito o silêncio do meu filho...
Obrigada por me fazer ver o outro lado.
Beijos.