segunda-feira, 30 de março de 2009

(su)plantar

O desprezo quase suplanta a esperança… quando basta um sorriso para plantar felicidade.


sábado, 28 de março de 2009

segredos

Estou cansada de negociar tempo com a alma, de todo o dia dividir esforços e concentração, desencantar sorrisos e pedir aos olhos que não me atraiçoem (tantas vezes em vão), para perder tudo à noite silêncio escuro.
As lágrimas caem e escondem-se na almofada para que não sejam vistas como exagero de quem aparentemente não sente forte. Escorregam pelo que (não) sentem, pelo que (não) sabem e guardam. São segredos… demasiados para uma alma só conseguir não chorar.


segunda-feira, 23 de março de 2009

tamanho de ser capaz

Gostava de ter o tamanho de ser capaz… capaz de ajudar. Só gostava que as minhas mãos acalmassem as que precisam de dedos entrelaçados, que nos meus braços vissem o tamanho de abraços e no meu colo se sentisse o silêncio lindo do conforto. Gostava apenas que o tamanho do que dou de mim fosse tão grande que ajudasse a sorrir.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Pai...

Pai… admiro-te.
Admiro a tua maneira justa e serena de ser. Admiro a tua relação calma com o silêncio e como nele consegues guardar a preocupação. Gostava de ser um pouquinho mais assim.
Admiro a agilidade e a ginástica de tornar possíveis tantas coisas.
Desculpa… eu sei que te desafio. Sei que te digo o que não esperavas, que não te deixo achar que tens sempre razão… que te “pico” quando estás mal-humorado… mas somos assim. Quando não é assim algum de nós está triste.
Gosto de chegar à Sexta-feira e sentir a pressa de ir para o café contigo.
E pronto… isto não te digo, porque não somos assim e ias tentar sorrir mas os olhos iam ficar vermelhos quase, quase a não segurarem as lágrimas e sei que não gostas…, mas tenho saudades de ser pequenina, deitar-me no sofá e pousar a cabeça na tua barriga e adormecer sem medo, sem problemas.


Pai é mesmo palavra de filho(a)… de quem cresce junto.

Pai, Pai de todos os pais, Obrigada! Cuida de cada um com todo o carinho e atenção que um filho merece.

terça-feira, 17 de março de 2009

aperto

As lágrimas escorregam pelo aperto do coração… ecoam no silêncio ao cair no peito e a alma tropeça nos nós que as noites acordadas dão sem avisarem o(s) dia(s).
Perco-me no sentido das coisas.
Prendo palavras, amarro gestos, fecho portas e quero esquecer-me da chave algures onde só possa voltar quando tudo voltar comigo. Quero não pensar mas os sentimentos não pensam assim. Quero não sentir assim, mas o que sinto e sou não depende só de mim, mas de todos quantos me pertencem. E quem me pertence, pertence porque é especial, porque me cativa, (pre)ocupa… porque me faz sorrir e chorar.


... e as lágrimas escorregam pelo aperto do coração.


quarta-feira, 11 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

mundos

Há mundos a girar demasiado depressa e concentrados no seu eixo para ver os outros. Há mundos inteiros esquecidos… quase perdidos cá dentro.


quinta-feira, 5 de março de 2009

a ganhar a infinidade do tempo

Achei que podia ser diferente. Sonhei que seria sempre diferente… Hoje senti-me afinal tão igual… a ficar mais feia aos poucos.
O telefone toca. Já a adivinhar volto para trás, mesmo antes de arranjar coragem de atender, enquanto respirava fundo debaixo de chuva.
Entrei. Diagnóstico feito. Prognóstico calculado à velocidade que via cada sinal, cada valor, cada traço mal desenhado naquelas máquinas que apitam.
Um sorriso desajeitado, umas palavras sem jeito… a dificuldade em olhar… em manter o olhar.
Baixo, a perder-se no espaço, a ganhar a infinidade do tempo, com uma calma difícil de sentir: “Ni, Obrigada. Não desistas. Serás melhor do que o que eu sonhei ser.”
Depois… segundos despois, já só eu chorei.