quarta-feira, 30 de maio de 2007

Para sempre...

A vida era uma infinidade de caminhos… com destinos talvez diferentes… se todos os “sses” fossem direcções.
Agora que partes, não há mais nenhum caminho a pressupor… apenas há o caminho que um dia me fará estar de novo contigo. Não interessa quais serão as setas que aparecerão entretanto, escolherei a que me fizer vislumbrar um caminho que nos orgulharíamos de partilhar.
Para sempre…

terça-feira, 29 de maio de 2007

Senti(do)... outra vez

Não é a dualidade de momentos que entristece, mas sim a dupla de sentimentos que se manifesta.
Quando se tem por medida dois extremos, é difícil encontrar o meio... Não pela virtude, mas pela estabilidade.
Quando se ama e magoa, só a perdoar é possível continuar.

domingo, 27 de maio de 2007

personagens paradoxais

Ao tentar negar o nosso sofrimento perante os outros, exigimos deles uma inigualável capacidade de adaptação, pedindo que sejam actores de uma peça de teatro sem encenador. Têm de ser personagens que encarnem na pele de quem vê sofrer e sorri, de quem cruza os braços de coração aberto, de quem não pode estar, mas que é incapaz de ir…
Sofremos sozinhos, com alguém ao lado que sofre connosco.

sábado, 26 de maio de 2007

Braços cruzados

Resgata-me do mundo em que imaginar é ter asas, é voar com destino marcado e sonhar o já pensado. Leva todos os sentidos que me prendem à realidade forçada do dia-a-dia e renova-os num acreditar que sentir é a verdade a viver.
A música é o silêncio de um sorriso, parada num respirar fundo… inspirar até encher o último alvéolo, trocar os ares passados pelos que se querem futuros e, assim, nutrir o corpo, o coração, a alma…
O tempo pára onde o voo, de pés assentes na terra, é tão alto que aquele sonho nunca foi pensado. Prolonga-se… porque os pés que caminham no mesmo sentido, festejam sempre as metas juntos.
É assim... quando os braços se apertam num abraço.


quarta-feira, 23 de maio de 2007

(E)terno

Fazer da eternidade o tempo presente de momentos vividos é renovar a cada instante a alegria de ser feliz.
(E)terno sorriso…
Todo o tempo será tempo de agradecer.

Palavras soltas

Palavras soltas em frases incompletas... Espirais de pensamentos como caprichadas armas. Esboçadas, afiadas e confundidas em cada volta. Perde-se de vista o início e, o fim, algures umas voltas mais à frente, é, em esperançoso pensamento, distante.
Palavras soltas ao vento que ao de leve passa, areja o espaço e vai... nunca pergunto para onde, porque um dia volta.
Palavras soltas no vazio, quando o eco é nítida resposta.
Palavras soltas... presas na incómoda transparência do olhar.
Meia volta... uma brisa no preenchido vazio... um olhar no limite do horizonte à descoberta... e palavras... soltas.

sábado, 19 de maio de 2007

(com)sequência

Estava concentrada a estudar. A sério que estava. Não sei como... uma frase surgiu.
Foi tudo tão rápido, instintivamente sequencial. Peguei no telemóvel, escrevi o que acabou por ser mais uma mensagem.
Sem dúvida mais uma mensagem... que achei ridiculamente bonita, por ser profundamente sentida.
Sou assim: retrato da racionalidade em tranquila luta com a espontaneidade das emoções.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

"Só Tu"

Quando um lápis, uma folha e uma guitarra se unem na profunda e visível "banalidade" de ansiar ser (mais) feliz.

Preciso d'alguém que me diga "Estou aqui"
Preciso d'alguém que me ouça no silêncio
Preciso d'alguém que me veja como sou
Preciso d'alguém que me toque no meu ser

Preciso, preciso de Ti
Porque só Tu me fazes acreditar
Preciso, preciso de Ti
porque só Tu me guias no andar

Preciso de quem perdoa os meus erros
Preciso de quem espera sempre mais
Preciso de quem ousa conquistar-me
Preciso de quem me ensina a amar

Preciso, preciso de Ti
Porque só Tu me fazes acreditar
Preciso, preciso de Ti
porque só Tu me guias no andar

terça-feira, 15 de maio de 2007

(A)prender pessoas

Ninguém se inscreveu para além da organização... Época crítica: semana pós-queima e período de retiro para estudo forçado. Também eu cheguei a pensar em dia perdido.
Algo parecido com uma tenda e cartazes a dizer "Rastreios" despertou a curiosidade.
Minutos e as pessoas perguntavam: "Há senhas?", "Vêem-me a tensão?", "... e os diabretes", "...colesterol?". Um senhor ansioso e acanhado: "Aqui também fazem aquela coisa da próstata?". Até um pequenino se interessou em ir ver, mas desistiu quando nas mesas não havia rebuçados.
Não lhes interessava terem saído da farmácia, terem nas mãos papéis com números marcados... ali podiam falar mais um bocadinho.
Falavam de tudo... filhos, netos, doenças, vizinhos, meninos desaparecidos... daquelas almas inquietas poucas perguntavam: "Não vou morrer para já, pois não?"
Uma senhora com ar triste: "Aquele (farmacêutico) já nem me ouve. Diz sempre que já sabe." Eu já estava a meio da segunda volta e as pessoas atrás esperavam, mas ela estava contente. Até a tensão tinha baixado.
Alguns ficavam ofendidos quando calçávamos luvas. "Não tenho nada dessas coisas..."
Era difícil fazê-los entender que tinha de ser, que são regras.
Para eles, o jogo já está viciado e obrigatório deveria ser o toque de uma mão "de pele fininha" e ouvidos em continuidade com sorrisos.

Um dia a preparar aquilo que nenhum exame pergunta, mas que todas as pessoas sentem.

sábado, 12 de maio de 2007

Aquilo era Amizade...

Tenho um amigo de quem gosto muito.
Gosta-se muito de todos os amigos, mas este é especial. Os outros são do meu tamanho e cresceram comigo, mas ele já era grande quando eu o conheci… e cresci com ele.
Andava eu a saltitar de um lado para outro, não me calava nem um bocadinho, ia sempre procurá-lo para lhe dar um beijinho… e ele, coitado, com tanto trabalho, tinha sempre uma brincadeira guardada, um bocadinho de colo e uma paciência…
Eu quase que achava que ele era da minha idade. Nunca cumprimentava curvando-se de cima para baixo, acocorava-se à pequena altura e sentia-se confortável nas discussões que a idade permitia.
Um dia ofereceu-me “O Principezinho”. E eu pensei que se tivesse jeito para desenho ele conseguiria ver num aparente chapéu, uma jibóia a engolir um elefante. Mas também, se não visse, ele não me iria deixar perceber isso. Para mim, era o suficiente. Ficava feliz. E ele era grande.
Depois fui obrigada a perceber que na vida dos grandes e pequenos, há momentos em que nos temos de separar.
Ele era crescido, já sabia que era assim, mas eu não. Nunca ninguém me tinha ensinado isso e chorei, chorei muito quando deixei de ter uma brincadeira, um colo, um beijinho à minha espera. Aprendi que tinha de ser, mas nunca aprendi a esquecer aquilo que ainda não sabia que se chamava Amizade.
Nunca a distância foi tão grande que momentos importantes não fossem partilhados.
Quando tive idade de conseguir aprender que algo assim era Amizade, aquela distância quase sempre “enorme” deixou de ser barreira e todos os simples momentos passaram a ser importantes.
Hoje, sinto que foi com ele que aprendi que era mais feliz assim… cheia de momentos.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mundo à parte

Mundo à parte?!
Dizem que é o meu mundo.
Um mundo que visto de lado, de cima... sei lá... de fora... deve parecer linear. Um mundo aos zigue-zagues nos contornos de tudo o que vai entrando e que dificilmente sai. Um mundo em que subo "aos ss pela rua acima", porque nele há espaço para saltar, sorrir e sofrer... espaço de sentir, ser.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Tudo do nada

Respondi depressa, para parecer convincente: "Não tenho nada".
Não quero saber o que diziam os olhos... a conversa ficou temporariamente por ali.
É o nada que preenche quase todo o presente. É enorme. Abraça o passado na sua complexidade de lugares, cheiros, cores, momentos, silêncios... É um nada cheio de tudo o que atormenta o presente, que aos poucos se entranha num passado recente e que deixa medo de projectar o futuro.
Quase... mais nada...

domingo, 6 de maio de 2007

Primeiro "Olá"

Olá!
Este é um primeiro e ousado passo.
Num emaranhado de ideias surgiu, já há algum tempo, a de criar um blog. Hoje decidi-me. Não sei porquê... Talvez porque às vezes a tinta de uma caneta mancha umas folhas.
"Branco escuro" foi uma expressão que ficou perdida num e-mail que escrevi recentemente, recheado de uma profundidade de sentimentos... Será com essa profundidade que me vou (procurar) encontrar e manifestar aqui, neste espaço onde a transparência poderá escurecer o que é claro.